A luta social de massas recrudesce no país com toda força e pujança. As massas populares e a população, de forma geral, está sepultando e deixando para trás a política reacionária de paralisia e inércia que marcou todo o último período de atuação da esquerda nacional. Esse período deixou o saldo de um acúmulo gigantesco de derrotas e humilhações para os diversos movimentos de luta dos trabalhadores.
Dessa forma, a necessidade de reagir diante do avanço do fascismo e da extrema-direita, bem como principalmente para a defesa das condições de vida contra os ataques dos golpistas, está fazendo com que dezenas de movimentos voltem a ocupar as ruas do país. Soma-se a isso a mobilização em defesa da própria vida, ameaçada pela política genocida do governo de Bolsonaro e dos governadores direitistas, que adotam cada vez mais a flexibilização do isolamento social, o que vem ocasionando um aumento exponencial dos casos de infecção e mortes pelo coronavírus no país.
A prova cabal dessa nova tendência que cresce em todo o país ocorreu nesse final de semana, no domingo, 31/5, quando em várias importantes capitais (São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre) milhares de manifestantes ganharam as ruas para protestar contra o governo de Bolsonaro e a extrema-direita fascista. As torcidas organizadas ocuparam a avenida Paulista, em São Paulo, onde mais de 2 mil manifestantes, integrantes de torcidas organizadas de futebol e populares, rechaçaram os fascistas, escorraçando-os do local. Também no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, manifestantes de esquerda realizaram atos de protesto contra os bolsonaristas.
Os atos no Brasil refletem e são a expressão de uma nova etapa na luta das massas em vários países. No continente latino-americano, Chile e Equador, mesmo em meio à pandemia, a população ganhou as ruas para protestar contra o governo direitista dos dois países. Mas vem dos Estados Unidos a mais contundente ação popular de reação das massas populares. Reagindo ao brutal assassinato de um cidadão negro, milhares de manifestantes (negros, brancos e latino-americanos) ocupam, desde a semana passada, as ruas de várias grandes cidades americanas (Minneapolis, Los Angeles, Houston, Illinois, Nova York, Philadelphia, Atlanta e outras) num dos maiores e mais contundentes protestos das últimas décadas no país capitalista mais rico e poderoso do planeta.
A entrada em cena das massas populares que luta contra os governos direitistas resulta da explosividade da situação, marcada pela pobreza, miséria e sofrimento a que estão submetidos milhões de trabalhadores e populares, oprimidos pela política do grande capital, de ataques às suas condições de vida, da violência policial, do abandono e da falta de assistência diante da epidemia de Covid-19.
Todo esse cenário nos conduz a uma única e só conclusão: chegou a hora de dar um basta a toda a paralisia e prostração diante do avanço da extrema-direita em todo o mundo. É necessário reagir de forma enérgica e contundente, seguindo o exemplo dos lutadores que estão ocupando as ruas e praças do país contra os coxinhas reacionários bolsonaristas. Dessa forma, a esquerda nacional deve romper com seu longo estado de hibernação, reabrir os sindicatos e organizar a reação popular aos ataques da burguesia, da extrema-direita e do imperialismo.
A tarefa que está colocada para o momento é o estímulo ao retorno das lutas, a reocupação das ruas, com a expulsão da extrema-direita e a mobilização em torno a um conjunto de reivindicações para a defesa da sobrevivência das massas populares, atacadas pela selvageria dos capitalistas.
Nesse sentido, as próximas etapas são de fundamental importância para fazer subir a temperatura da luta de classes no país. Atos e manifestações estão agendados para ocorrer durante a semana e no final de semana. É necessário desenvolver uma ampla campanha de agitação e propaganda para fazer dos próximos atos um momento de unificação das lutas em todo o país, marcando uma ofensiva dos movimentos populares de luta, do campo e da cidade, contra o governo golpista e a extrema-direita, levantando como bandeira principal o “Fora Bolsonaro”.
O ato marcado para o dia 13 de junho deve refletir essa nova tendência de ruptura com a paralisia e a política defensiva da esquerda do “Fique em Casa”. Fora Bolsonaro! Fora todos os golpistas!