Insatisfação e revolta crescem
Segundo a pesquisa, o brasileiro mostra um pessimismo profundo com o Brasil. Segundo pesquisa, 70% dos entrevistados estão insatisfeitos com os rumos do País e 57% dos entrevistados avaliam que o Brasil está no caminho errado. O que foi apontado também em outras pesquisas que assinalaram que cerca de metade da população acham que o desemprego vai aumentar.
Mesmo entre os que votaram em Bolsonaro (que representaram apenas 39% dos eleitores nas últimas eleições), 29% acham caminho que o País está tomando está errado. Do total pesquisado, 45% consideram que, até o final do ano, as coisas vão piorar ou ficar igual ao caos atual.
Contra as “reformas” e ataques do governo
A política econômica do governo é, segundo a pesquisa, o motivo principal da descrença e revolta contra o governo golpista. Exatamente metade dos outrora apoiadores do presidente acreditam que o custo de vida vai piorar. Mais de sete de cada 10 entrevistados ( 72%) disseram ser contra as mudanças nas leis trabalhistas. E um percentual bem próximo disso (68%) são contrários ao fim dos reajustes do salário mínimo corrigido acima da inflação do ano anterior, assim como acabar com o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Quase dois terços dos entrevistados (62% ) avaliam que terão mis dificuldades para se aposentarem vão piorar por conta do governo Bolsonaro. Mais da metade (51%) também disseram não conseguirão mais ter acesso a saúde pública e atendimento médico de qualidade. Ou seja, a maioria do povo brasileiro, considera que o que está ruim vai ficar ainda pior, se depender do governo ilegítimo de Bolsonaro, Mourão e Cia.
Nada de fundamental (para os golpistas) na “reforma” da Previdência tem apoio da população, segundo constatado na pesquisa: 65% disseram ser contra o projeto; 73% contrário ao aumento da idade mínima para que homens e mulheres possam se aposentar; 81% são contra o aumento para 40 anos do tempo de contribuição; 70% ou mais são contra as restrições aos professores, trabalhadores rurais, a redução das pensões para idosos e viúvas e 69% são contra o sistema de capitalização.
Com Lula, contra seus carrascos
Na medida em que cresce a rejeição ao governo Bolsonaro e a seus ataques contra os explorados, aumenta o apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a defesa de sua liberdade.
O Vox Populi indicou que Bolsonaro tem avaliação negativa de 30% da população, enquanto apenas 26% considerariam seu governo como “positivo”. Outros 39% teriam avaliado o governo como regular.
Por sua vez, 48% consideram que Lula foi o melhor presidente do Brasil em todos os tempos e 65% afirmaram que ele fez mais coisas certas do que erradas.
Dentre os entrevistados, 55%, consideram que ex-presidente Lula foi condenado e preso por motivos políticos, estando a favor de sua liberdade.
Outro dado importante é que pelo menos 49%, segundo a pesquisa, afirmam que Sérgio Moro chefiou a condenação de Lula para impedir que ele fosse candidato a presidente.
Que rumo tomar?
As pesquisas se somam a outra evidência, mais importante e mais clara do posicionamento do povo trabalhador e da juventude diante do governo: as manifestações populares no carnaval, principalmente, e a adesão do ativismo às mobilizações contra os ataques do governo (como no dia 22/3, contra a reforma da Previdência) e pela liberdade de Lula (dia 7/4). Isto apesar da clara sabotagem de setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa, contrário à mobilizar contra o governo e pela liberdade de Lula.
A adesão dos trabalhadores e da população em geral aos atos mostra uma disposição à mobilização contra o regime político golpista e pela liberdade de Lula. Afinal, a derrubada do governo Bolsonaro e a liberdade de Lula são duas faces de uma mesma moeda: para derrotar o governo ilegítimo, os trabalhadores precisam da maior liderança que o movimento operário brasileiro já construiu. Por outro lado, para libertar Lula, é preciso colocar todos os seus carrascos contra a parede, isto é, os capitalistas e os seus fantoches, como Jair Bolsonaro.
O momento de crise em que se encontra o governo Bolsonaro não pode ser desperdiçado. É necessário aproveitar a fragilidade do governo para exigir a liberdade imediata de Lula e para pôr abaixo a máfia que controla o regime político, mobilizando pelo “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”.
De forma diferente da politica adotada pelos setores conservadores da esquerda que defendem o entendimento com o governo Bolsonaro e/ou outros setores golpistas (“frente ampla” com golpistas) e que propõem que o povo duramente atacado e cada vez mais revoltado espere pelas eleições de 2020 e 2022, dando tempo para que os golpistas intensifiquem os ataques contra os trabalhadores e suas organizações e possam derrotar a tendência de luta que se desenvolve e precisa ser aproveitada, por meio de uma intensa mobilização, nas ruas, pelos explorados e suas organizações de luta.