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Desconfiança desmedida?

O povo está errado em desconfiar da indústria farmacêutica?

A industria farmaceutica é responsável por diversos atentados contra a população em defesa dos lucros, ela representa uma das facetas da decadência capitalista

Recentemente saiu uma sondagem na União Europeia sobre a aceitação da vacina pela população. As estatísticas apontam que a vontade de receber a vacina diminuiu significativamente com o passar dos meses. A França lidera na desconfiança contra as vacinas, mas em geral, a imprensa europeia aponta que todo o continente tem seguido o mesmo fluxo nesse quesito.

Os dados da pesquisa do Instituto Ipsos são os exibidos abaixo:

país/mês Agosto Outubro Dezembro
França 59,00% 54,00% 40,00%
Alemanha 67,00% 69,00% 65,00%
Itália 67,00% 65,00% 62,00%
Espanha 72,00% 64,00% 62,00%

 

O que está levando os franceses a ter tamanha rejeição às vacinas? Diversas hipóteses são levantadas pela imprensa burguesa, o comum a todas elas, é o fato de que a população está desacreditada com a indústria farmacêutica.

 

O Courriel International, jornal da imprensa francesa, entrevistou o professor Graham Mooney, que leciona História da Medicina na Universidade John-Hoplins em Baltimore. Graham lembrou a polêmica recente envolvendo a vacina contra a rubéola, onde se espalhou o boato de que a vacina causaria autismo na criança, embora nunca tenha sido provado. O professor também ressalta o fato de que a rapidez com a qual as vacinas ficaram prontas contribuem para a má fama que conquistaram entre alguns setores da população.

A imprensa francesa também lembra dos grandes escândalos sanitários que certamente contribuíram com a descrença da população em relação ao sistema de saúde. Um dos primeiros episódios lembrados pelo jornal é a crise de 1991 quando se descobriu que o vírus da AIDS podia ser transmitido através de transfusão sanguínea. Outro escândalo que foi citado foi o do remédio Mediator, usado no tratamento da diabetes, que causa uma sobrecarga no coração e teria causado 2.000 mortes. Por fim, o jornal falou do caso do Pandemrix, uma das vacinas contra a H1N1, esta vacina teve como efeito secundário o desenvolvimento da narcolepsia em crianças e adolescentes, e embora a ocorrência tenha sido pequena acabou marcando pela gravidade do efeito secundário. A Narcolepsia é uma doença que pode causar um sono muito pesado ao seu portador a qualquer momento do dia.

Dentre aqueles que não querem ser vacinados, a grande maioria, cerca de 70%, porém a porcentagem varia em cada país da EU, tem medo de efeitos secundários, e uma porcentagem menor, porém ainda considerável (cerca de 27% na Itália) acham que a vacina não surtirá efeito, e de que não se pode fazer muito pela doença. O restante das pessoas não enxerga no vírus uma ameaça.

Obviamente que há muita desinformação sobre as vacinas e os medicamentos causados pelo colapso da educação a nível mundial. Por outro lado, a própria imprensa e a indústria farmacêutica são responsáveis pela falta de transparência sobre as vacinas desenvolvidas. No Brasil por exemplo as datas da coronavac foram adiadas diversas vezes sem demais explicações, e a vacina produzida no Brasil saiu com um preço maior do que as concorrentes e com uma eficácia menor, mesmo sendo produzida no Brasil, fator que deveria contribuir para a redução do preço. Vale lembrar que o país, antes do golpe, era a última palavra em desenvolvimento de vacinas no mundo inteiro.

Devemos levar em conta todos esses fatores para não reproduzir o discurso da imprensa burguesa e da pequena-burguesia histérica que acusa a população de ignorante por não confiar 100% na indústria farmacêutica. No mundo inteiro o que foi visto não foi um esforço coletivo para desenvolver uma vacina eficiente contra o vírus, mas uma briga entre laboratórios e países para saber que lucraria mais e primeiro com uma vacina. O resultado disso foram vacinas com muitos efeitos desconhecidos dependendo da parcela da população a ser vacinada. O instituto Robert Koch (IRK), principal  agência de saúde do país, recomendou que a vacina da Oxford não fosse usada em pessoas com mais de 65 anos, alegando falta de dados suficientes sobre o efeito do produto nessa faixa etária.

No Brasil alguns setores atacam a população que tem um pé atrás com a vacina, acusando o povo brasileiro de ser ignorante, a mesma campanha é feita contra a população no mundo inteiro. O que é interessante de se notar é que, segundo informações do Wellcome Global Monitor e do Gallup World Poll, a rejeição à vacina na Europa é maior nos países mais desenvolvidos.

Por fim, um fator que pode aumentar a rejeição à  vacina é a propaganda demagógica da extrema-direita, que aproveita a ausência de uma crítica da esquerda contra a indústria farmacêutica, e não denuncia os absurdos cometidos na corrida para lucrar com o coronavírus, nem e a hipocrisia da burguesia que fez toda uma propagando para as pessoas ficarem em casa ao mesmo tempo que obrigou os trabalhadores a irem trabalhar para não prejudicar os lucros dos grandes capitalistas.

É natural esperar que a população esteja relutante em relação a vacina, porém a esquerda deveria não atacá-la mas cobrar uma maior transparência nos tratamentos acerca do vírus e que seja feita uma campanha de conscientização, ao invés de defender uma imposição ditatorial contra a população que é a vacina obrigatória.

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