Em meio aos festejos carnavalescos, por todo o País, se expressa a tendência cada vez mais presente no povo brasileiro de se mobilizar e se manifestar contra o governo ilegítimo de Jair Bolsonaro e seus ataques contra os explorados.
Nas ruas de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Olinda, Recife etc. ecoam os gritos de “ei Bolsonaro, vai tomar…”, “ai, ai, ai, ai…. Bolsonaro é o c…”, forma mais chula do “fora Bolsonaro”. Repete-se, dessa forma, a revolta expressa nos últimos carnavais em que o “Fora Temer” foi a melodia mais cantada em todo o País.
Nas escolas de samba, blocos carnavalescos, frevos, maracatus etc. o sentimento popular se manifesta não apenas na rejeição ao próprio governo, mas também na apresentação de aspectos gerais de uma política oposta pelo vértice ao que expressa a direita, que odeia o povo e tudo que ele gosta:
- Zumbi, Dandara, João Cândido são homenageados amplamente rejeitando-se a política d expressão e massacre do povo negro do regime;
- As mulheres de luta e suas causas são lembradas contra a política de aumento da repressão e escravidão da mulher do governo golpista;
- Lula é lembrado e cantado nas ruas, enquanto seus algozes querem que ele morra na prisão;
O carnaval assume, como toda manifestação genuinamente popular a feição de luta, e como diz alguns dos muitos belos versos do samba da Estação Primeira de Mangueira desse ano, “na luta é que a gente se encontra”.
Não é por acaso que a direita ataca duramente o carnaval, tentando lhe impor restrições, censuras e todo tipo de castração da manifestação popular que, como tal, assume características revolucionárias, em uma etapa de crescente polarização política.
“Fora Bolsonaro” x “sucesso para Bolsonaro”
O povo grita nas ruas o que a maioria da esquerda não quer dizer, por conta de sua política covarde e/ou de aberta conciliação com o governo golpista para qual muitos dirigentes da esquerda burguesa ou pequeno burguesa desejaram “sucesso”, depois de proclamarem na campanha eleitoral que sua vitória seria o “fim dos tempos.
A clara oposição entre o sentimento popular e essa esquerda não pará por aí. Enquanto desenvolve-se entre os trabalhadores uma clara tendência à reagir à ofensiva dos padrões e do seus governos golpistas, como – por exemplo- na greve dos servidores municipais de São Paulo e da Ford, nas recentes manifestações populares contra o governo (como no ato contra a privatização do Parque Nacional do Pau Brasil, na Bahia) e sua conduta de capacho do imperialismo, com os atos em defesa da Venezuela, na luta contra a militarização das escolas etc. essa mesma esquerda aponta como “perspectiva” (melhor seria dizer miragem) esperar pelas eleições de 2020 e 2022 e, por hora, conciliar com a direita, apoiando a eleição de Rodrigo Maia para a presidência da Câmara dos Deputados e outras barbaridades políticas que reforçam a capitulação diante dos golpistas e artífices das “reformas” contra o povo trabalhador.
Sair às ruas com o povo e sua sabedoria, dar uma perspectiva consciente à revolta
Ao contrário da política covarde, capituladora da esquerda pequeno burguesa, é preciso impulsionar todo tipo de manifestação, de luta contra o regime golpista, seja ela cultural, sindical, das mulheres, da juventude, esportiva etc., as quais – sob a liderança da luta da classe operaria, o setor mais combativo dos explorados – abram caminho para um enfrentamento de conjunto contra o regime golpista, que ajudem a impulsionar uma mobilização de massas, de caráter revolucionário contra o governo Bolsonaro e todo o regime golpista.
Por isso tudo, viva o carnaval, viva as legítimas manifestações do povo brasileiros, nas ruas de todo o País.
Fora Bolsonaro e todos os golpistas. Fora os inimigos do carnaval e de tudo o que diz respeito às profundas aspirações do povo brasileiro.