Definitivamente o dia 15 de maio se transformou em um marco para o país.
As grandes manifestações nacionais que contaram com mais de 1 milhão de pessoas, em cerca de 300 cidades do país, não deixaram nenhuma dúvida sobre a decisão popular de colocar para fora Bolsonaro.
As manifestações também deitaram por terra a política da esquerda pequeno-burguesa em alimentar um suposto apoio popular ao governo extrema-direita e a sua política de colocar nos marcos institucionais, eleições de 2020 e 2022, como a única perspectiva de “luta”contra o golpe e o seu candidato eleito pela fraude e manipulação.
Em boa medida, os atos também calaram a política dos setores dirigentes, da esquerda burguesa e pequeno burguesa, que buscam conduzir o movimento para uma política de integração com setores golpistas, como é o caso da “frente ampla”, com elementos reacionários e traidores como Paulinho da Força (SDS), Ciro Gomes (PDT), Rodrigo Maia (DEM) e até para a defesa da “estabilidade” do atual governo, como defendem governadores do PT, como Rui Costa (BA), que apóia a a reforma da Previdência e diz que não se deve desestabilizar o governo Bolsonaro ou ainda os governadores do Ceará e Piauí, que fazem uma “frente única” com o fascista Moro em defesa do aumento da repressão da população pelo estado policial, que a extrema-direita vem aprofundando no país.
A evolução da consciência política de amplas parcelas da população expressas nos atos do dia 15, apontam, ainda, que não se tratou de um raio em céu azul, mas são produto da polarização política que vem se acumulando desde o golpe de 2016 e isso ficou provado justamente porque o “grito de guerra” foi contra Bolsonaro, pela fim do seu governo, e não protestos e reivindicações parciais contra as medidas do governo golpista.
A questão central que se coloca para todo o ativismo da esquerda que lutou contra o golpe, contra o impeachment da presidenta Dilma, contra a perseguição e a prisão de Lula e seu posterior banimento das eleições é a de justamente aprofundar o que o povo já decidiu nas ruas.
O “fora Bolsonaro”, para, de fato, ir as últimas consequências, tem que necessariamente estar ligado, como “unha e carne”, a luta para por abaixo todo o regime golpista, por eleições gerais, pela liberdade de Lula e por Lula candidato.