As mobilizações do último dia 13 voltaram a demonstrar a grande tendência à mobilização contra o governo e a direita golpista na atual situação política. Mais uma vez, a palavra de ordem dominante no meio dos manifestantes foi o Fora Bolsonaro. Com um desenvolvimento importante: essa palavra de ordem esteve ainda mais presente do que antes em cartazes e faixas improvisadas por pessoas que sequer estavam participando dos atos com alguma organização política. Tornou-se espontânea e está se generalizando de forma inequívoca.
No entanto, ainda falta a adesão de um setor importante a essa palavra de ordem espontaneamente levantada pela população em toda parte, sempre que há alguma aglomeração de grande número de pessoas. Trata-se das lideranças de esquerda à frente de grandes organizações partidárias, sindicais e do movimento popular. Essa hesitação da esquerda, e até mesmo a oposição ativa à palavra de ordem que na prática predomina em todos os protestos, pode custar caro aos trabalhadores.
É preciso, portanto, agir no sentido contrário. A campanha pelo Fora Bolsonaro deve ser ampliada e intensificada ao máximo. É uma disputa fundamental em relação ao futuro da luta contra o golpe, a direita golpista e o imperialismo. A alternativa à luta pela derrubada de Bolsonaro é uma adaptação ao regime golpista e uma aposta nas eleições de 2022, que tem tudo para ser uma nova fraude, como em 2018, além do fato de que até 2022 Bolsonaro já terá provocado estragos demais ao país e ataques demais aos trabalhadores e a suas organizações.
O governo Bolsonaro acaba de dar uma demonstração do perigo das lutas parciais contra suas medidas. Enquanto os trabalhadores procuravam resistir à reforma da Previdência e aos cortes na educação, aprovou a MP 881, acabando com os domingos dos trabalhadores e com o controle das horas de trabalho pelo ponto. Sequer deu tempo de haver uma mobilização contra esse ataque de seu governo.
A palavra de ordem geral contra seu governo, por outro lado, serve para se opor a todas as suas medidas, e pode colocar a mobilização na ofensiva contra o governo, tirando os trabalhadores da defensiva. A tendência à mobilização é favorável, assim como a levantar a palavra de Fora Bolsonaro. O momento deve ser aproveitado nesse sentido.