O FMI (Fundo Monetário Internacional) revê projeção do PIB brasileiro para 2020. Projeta agora queda de 9,1% quando em abril era previsto queda de 5,3%. Se confirmado será o pior resultado desde o ano de 1900 quando se iniciou a apuração dos dados. Ao mesmo tempo projetam um crescimento para 2021 melhor que em abril. A previsão em abril era 2,9% e passa para 3,6% nesta projeção.
A projeção de desempenho mundial em 2021 é menos pessimista por causa da previsão de crescimento de 8,2% do PIB da China. E observa que o grau de incerteza nas projeções é muito alto devido aos efeitos da pandemia.
Já o Banco Central do Brasil indica que atingimos o fundo do poço em abril e o cenário indica forte queda do PIB no primeiro semestre.
O ministério da economia continua com a projeção de 4,7% de queda, enquanto que o mercado informa queda do PIB de 6,5%.
O FMI informa a previsão de déficit fiscal de 16%, com a dívida bruta chegando a 102,3% do PIB em final de 2020. Informam que foram excluídas do cálculo as empresas Petrobras e Eletrobras. Isso é o que informa a matéria do UOL economia.
Chama a atenção que as projeções estão sendo revistas muitas vezes e todas são para situação pior das economias mundiais em 2020. Soma-se a isso o fato que a pandemia acentua a queda da atividade econômica nos países. E isso é devido a redução da mobilidade social, mesmo como sabemos, que está muito aquém do que deveria ser feito. E neste caso o impacto negativo está sendo menor.
É por isso que as restrições à circulação estão sendo adotadas de forma bem superficial. Sabem que fazem isso para salvar a economia à custa de vidas humanas.
Também temos que considerar que a crise já vinha desde 2008 e que a pandemia apenas acentuou essa situação. É comum que as empresas de noticiário deixem de apresentar notícias reais e importantes para a população.
A informação vale o peso em ouro, e assim servem como direcionador da capacidade de lutar ou aceitar como cordeiro a tragédia por que passa o povo.
Quem paga a conta das crises econômicas é sempre a mesma classe, a dos trabalhadores, a mais pobre. Perde o emprego, a renda, a moradia, o acesso à saúde e a vida. Sofre repressão e morte por parte da polícia. E por isso precisam ser deixados sem a verdadeira informação.
Caso contrário, entendendo claramente o jogo político, entrariam em palco imediatamente, cobrando justiça social nas ruas, em enormes protestos. Mas, com a experiência do dia a dia, acabam compreendendo a situação miserável em que se encontram.
E, em um pouco mais de tempo entendem que o único meio de sobreviver é derrotando esse sistema de uma vez, e nas ruas, palco dos trabalhadores na luta de classe.
Assim vai se formando a consciência de classe dos trabalhadores. E em dado momento o gigante desperta e acaba com toda opressão que a sociedade impõe, rompendo os grilhões que o prendem. Compreende que só através do poder político pode extinguir a apropriação dos frutos do seu trabalho por uma classe parasitária que é a dos empresários.
Um sistema que apresenta crises constantes, como ocorrem desde o século XIX, só pode ser definido como um sistema em decadência, rumo a morte. Se fosse saudável, não existiriam crises, ou pelo menos seriam pequenas e facilmente sanadas. Não é o caso do capitalismo, são inúmeras crises que já ocorreram e ocorrem neste momento.
E como a crise vem desde 2008, e até agora sem perspectiva de “cura”, e ainda agravada pela pandemia que também não tem perspectiva de quando será controlada ou erradicada, podendo durar meses ou até mesmo anos.
Tudo isso, e acrescente-se que o sistema político vem reduzindo os direitos básicos de liberdade, com a desculpa conveniente da pandemia, levará inevitavelmente ao agravamento da situação econômica, social e política para o povo. E este não terá outra opção, que a de sair às ruas e lutar pela própria sobrevivência e dos seus companheiros de classe.