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PDT em Fortaleza

O perigo de a frente ampla criar um bolsonarismo no Nordeste

Funcionário de Ciro Gomes ganhou as eleições, mas teve mais problemas que o esperado.

As eleições municipais de 2020 no Brasil mostraram que a frente ampla, sob ponto de vista da esquerda pequeno burguesa e capituladora foi um fracasso. Partidos como PCdoB, PDT, PCB e PSTU – os dois últimos frenteamplistas “envergonhados” – encolheram eleitoralmente. Mesmo que as eleições tenham sido uma fraude, é bom lembrar que estes partidos apoiaram a fraude, como um todo, tanto ao não denunciarem o grande esquema para reconstrução da direita – dita civilizada – quanto ao se aliarem a esta direita.

No Ceará, o principal nome da frente ampla é o “abutre parisiense”, Ciro Gomes (PDT), que mexe, para lá e para cá, os cordões da política cearense. Ciro é o exemplar da frente ampla em seu estado mais finalizado. Basta lembrar seu início do PDS, partido de apoio à ditadura, e toda sua trajetória em partidos burgueses, como PMDB (agora MDB), PSDB, PPS (agora Cidadania), PSB, PROS e, agora, PDT. Os leitores mais incautos observarão um padrão geral de “ida à esquerda”, entretanto, isso é completamente falso.

O que ocorre é que a maioria dos citados partidos não passam de legendas de aluguel para candidatos com o mais variado tipo de interesses carreiristas. O fato de uns serem mais a esquerda que é outros, no fim das contas, é mera perfumaria para criar pauta aos “analistas” políticos e entreter as claques eleitorais. Então, as mudanças partidárias de Ciro não são “uma guinada à esquerda”, mas simplesmente a oportunismo do mesmo ao encontrar “vazios políticos”. No PDT, por exemplo, depois da morte de Leonel Brizola, abriu-se um vácuo ao qual Ciro Gomes busca preencher. Em termos diretos, Ciro usa o “cadáver de Brizola” para fingir que é “trabalhista” ou até mesmo de esquerda.

Ciro Gomes, entretanto, não age sozinho, junto com ele carrega, para todos os partidos que participa, outros políticos cearenses, como seu irmão Cid Gomes e José Sarto Nogueira. Este último foi seu escolhido para representar os interesses da ala esquerda da frente ampla em Fortaleza.

Sarto, assim como Ciro, é uma criatura da direita. O prefeito eleito de Fortaleza começou sua carreira em um dos partidos mais conservadores da política brasileira, o PDC (depois PSDC e, agora, DC). O PDC foi (e até hoje é) um partido ligado aos setores mais conservadores da igreja católica, especialmente facções notadamente fascistas como Opus Dei. O restante da trajetória partidária de Sarto é idêntica a de Ciro Gomes, provando que, assim como Ciro, Sarto também não passa de um direitista fantasiado de esquerdista para enganar os trabalhadores.

Entretanto, a estratégia de Ciro continua fracassando, como fracassou em 2018, onde cumpriu um ridículo papel nas eleições, provando a todos que não passa de um candidato sem apoio popular algum. Em 2020, em Fortaleza, apesar de contar com todo apoio da máquina estatal e de mais 16 partidos (PSDB, DEM, PSD, PSB, PP, PTB, PL, Cidadania, Rede, PSL, PSOL e outros, além do próprio governador do PT), seu funcionário, Sarto, se viu ameaçado pelo candidato bolsonarista, Capitão Wagner.

As ações da frente ampla cearense foi criar um segundo turno entre o seu candidato (Sarto) e um candidato espantalho bastante bolsonarista (Capitão Wagner). Para isso, Ciro e seus comparsas – dentre eles setores direitistas do PT, como o governador Camilo Santana, um agente de Ciro no PT – sabotaram de todas as maneiras a candidatura do PT à prefeitura, Luizianne Lins, de modo a impedir que ela chegaste ao segundo turno contra Sarto.

Luizianne Lins tem longo histórico de denúncia e combate a Ciro. Em 2018, Luizianne já denunciava as mentiras de Ciro ao se dizer direitista. Para ela, ele nunca foi de esquerda, pois desde 1986, com a eleição de Tasso Jereissati, Ciro sempre está no governo, trocando apenas sua “lealdade”.

A deputada federal pelo PT também desmascarou a fraudulenta foto de Ciro Gomes com Lula. Segundo a mesma, a tal reunião não ocorreu e a foto foi tirada em anos anteriores.

A análise preliminar do resultado eleitoral mostra que a tática da frente ampla de criar uma frente eleitoral palatável tanto à esquerda eleitoreira quanto à direita “civilizada” não possui o poder eleitoral necessário e, portanto, não consegue se “vender” para a burguesia como uma opção de baixo risco.

A burguesia não possui grilhões morais ou éticos como tanto propagandeia. Pelo contrário, joga com todas as “cartas” e, caso a frente ampla não se mostre eleitoralmente viável, apoiará candidatos da extrema-direita bolsonarista como o próprio Capitão Wagner.

O jogo que Ciro Gomes e os frenteamplistas cearenses jogam é de altíssimo risco para a classe trabalhadora. Em um cenário de extrema polarização, causada pelas crises econômica e sanitária, a frente ampla ataca os setores à esquerda e a vanguarda operária com o intuito de lançar-se como única alternativa viável à extrema-direita. Entretanto, isto não diminui a polarização, mas cria e fortalece quadros fascistas.

A população não quer e está cansada de elementos direitistas em partidos de esquerda. Isto se reflete na altíssima abstenção nas últimas eleições. Ao invés de conquistar os votos da esquerda, a frente ampla cria a total descrença no sistema eleitoral e impulsiona as eleições de elementos fascistas.

A situação se repete em outros lugares do nordeste, onde governadores da esquerda topam quaisquer tipos de alianças com elementos mais reacionários possível sob pretexto de combater o fascismo, mas que, no fim das contas, só fortalecem a direita e a extrema-direita.

Portanto, é necessário combater a frente ampla com golpistas e desmascarar a manobra da direita para continuar no poder e consolidar o golpe de estado. A esquerda deve rejeitar os golpistas e se unificar sob as bandeiras do Fora Bolsonaro e da candidatura de Lula.

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