O fim da segunda guerra foi um marco no combater o fascismo, quando trabalhadores e trabalhadoras se uniram para lutar contra seus inimigos. A atuação das mulheres, poucas vezes antes tão destacada com uma atuação importante e extremamente perigosa, foi notável, pode-se dizer inclusive que sem a atuação das mulheres não teria sido possível vencer a batalha. Alguns dados dão conta que só na Iugoslávia, mais de 100.000 mulheres formaram o Exército de Libertação Nacional, na luta de resistência armada na Itália mais de 35.000 eram mulheres, na União Soviética 2.000 mulheres haviam sido treinadas na Escola Central de Treinamento para atiradores de elite, dentre elas Liudmila Pavlichenko, considerada a melhor atiradora de todos os tempos, tendo abatido mais de 300 rivais, o empenho dessas mulheres foi tanto que das 2.000 mil formadas como atiradoras apenas 500 sobreviveram à guerra.
Para além da segunda guerra, milhares de mulheres trabalhadoras no mundo todo já morreram lutando contra a burguesia e por vezes conquistando importantes vitórias para as mulheres e para a sociedade, foi por exemplo a traves das mulheres que teve inicio o processo revolucionário na Russia, foram às ruas, no dia internacional da mulher em uma greve geral. Honrar esses esforços é dar continuidade a estas lutas da forma que deve ser, pelo povo e sem conciliações por esmolas da burguesia.
A segunda guerra é um verdadeiro exemplo para a classe trabalhadora e para as mulheres de como o fascismo deve ser combatido. É importante também ter a dimensão da atuação das mulheres nesta luta, que deve se dar em união com os trabalhadores e demais oprimidos e não com reivindicações individuais de determinados grupos de explorados, assim como não se dará de outra forma se não pela imposição da vontade do povo, pela força.
Os capitalistas viram no fascismo a arma necessária para reprimir e podar as tendências revolucionárias que surgem no seio da classe trabalhadora, e assim evitar pela força que os trabalhadores e demais explorados ponham fim à essa exploração, justamente por terem aprendido com os acontecimentos que a classe trabalhadora é perfeitamente capaz de derrubá-los. Barrar as tendências populares de milhares de trabalhadores, no entanto, requer especial esforço por parte dos capitalistas, estes extremamente impopulares dificilmente conseguem cativar o povo a seu favor, mesmo porque o que é a favor dos capitalistas é contra a classe trabalhadora, por esta razão se utilizam do fascismo: reprimir, tirar direitos, prender, perseguir, censurar, torturar e matar estão entre as táticas adotadas pelos fascistas.
Seria fabuloso que o combate ao fascismo pudesse se dar de forma pacífica, afinal é o lado mais fraco que tendem a sofrer mais neste embate. Acontece que pacifismo ou institucionalismo contra o fascismo é inconcebível, os fascistas não vão parar sua ofensiva por comoção com o povo, por livros ou por flores. Muito menos as instituições vão parar o fascismo porque as próprias instituições como o judiciário e o o legislativo estão tomadas pela burguesia que as usa em seu favor, o melhor exemplo disso é a polícia militar, aparato repressivo do estado burguês que cumpre bem a cartilha do fascismo contra a população, desde censurar e espancar a torturar e matar.
Se por um lado a classe trabalhadora é atingida duramente pela política adotada pela burguesia, recai mais duramente sobre setores específicos, como no caso dos negros que são o alvo principal da polícia, ou das mulheres que são o alvo preferencial para a retirada de direitos como por exemplo com a proibição do aborto ou a retirada de direitos trabalhistas inerentes à gestação. Desta forma, o combate ao fascismo deve vir da classe trabalhadora e é através dela que reivindicações especificas podem prosperar. É preciso que as mulheres, como visto em seu papel fundamental na segunda guerra, se unam aos trabalhadores e ombro a ombro travem uma luta efetiva contra os capitalistas e o fascismo que criam as condições de exploração e massacra o povo.