A vitória fraudulenta de Jair Bolsonaro foi vista por muitos elementos de esquerda como culpa povo inculto que deixou-se enganar pelo discurso de ódio do candidato fascista ao invés de escolher os valores democráticos representados pelo outro candidato. As ideias conservadoras venceram as ideias progressistas.
O senso comum pequeno-burguês acadêmico, que domina a intelectualidade de esquerda no país, atribui aos fenômenos políticos em geral uma essência puramente ideológica. Como se as ideias, por si só, pudessem mover o mundo. Os fenômenos progressistas representariam o desenvolvimento espiritual das massas que progressivamente se aproximam dos valores democráticos da pequena-burguesia. As ditaduras e os fenômenos políticos reacionários são a corrupção ideológica e moral dos massas incultas.
Trata-se portanto de um problema de ideologia, uma luta entre, tão somente, ideias progressistas e as ideias reacionárias, e no limiar de educação. Nessa luta imaginária a pequena burguesia é a classe preponderante.
Naturalmente, essa concepção idealista e anti-científica está de acordo com os interesses e os preconceitos de classe da pequena-burguesia, que é por excelência a classe dos ideólogos profissionais da sociedade capitalista. Contudo, essa concepção leva, diante das manobras da burguesia, a paralisia e a capitulação. Para agir é necessário compreender os fenômenos de maneira cientifica, materialista, marxista.
O fascismo é um caso clássico deste tipo de análise idealista.
A vasta bibliografia deste fenômeno político enfatiza ou a personalidade do Füher ou as condições que levaram o povo alemão “aceitar”, seja por engano, seja conscientemente a solução final, e de como este, o povo alemão, conviveu com o nazismo pacificamente, mas pouco falam da questão principal: a intensa luta entre a classe operária e a burguesia alemãs, entre a revolução e a contra-revolução.
Evidentemente que estas tentativas de explicações não explicam nada. O nazismo Alemão é fruto, não da adoção pela maioria da população de ideias extravagantes e reacionárias, mas de uma política da grande burguesia alemã para mudar a correlação de forças dentro do Estado para eliminar completamente a organização e o poder da classe operária, da esquerda de todo o povo trabalhador que os ameaçava, impondo seus interesses pela força extrema.
Hugo Boss, Schoeder, Thyssen, Krupp, Nestlé e Ford financiaram e apoiaram Hitler e o nazismo. Shroeder, Thyssen e Krupp conspiraram ao lado de Hilter para derrubar a República de Weimar. Para conter a revolução proletária e seguir em frente com na defesa dos próprios interesses a burguesia alemã não se constrangeu em apoiar Hitler, desde que este garantisse segurança e tranquilidade para os negócios da burguesia, mesmo que a custa de milhões de vidas.
O resultado foi um governo exercido diretamente sem necessidades de representantes ou sem precisar negociar com outros setores sociais, pela grande burguesia alemã apoiado em um gigantesco aparato repressivo e em uma das ditaduras mais atrozes que a história ja viu.
Tal como a burguesia alemã apoiou Hitler contra o povo alemão, a burguesia brasileira e Internacional apoia Bolsonaro contra o povo brasileiro, eis o segredo da Vitória de Bolsonaro.
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