As péssimas condições de trabalho, o descaso dos patrões quanto às mínimas condições humanas de seus funcionários faz com que, todos os anos, os acidentes e doenças ocupacionais venham aumentando.
De 2012 a 2018 já ocorreram, oficialmente, ou seja, notificados, mais de 803 mil acidentes e doenças ocupacionais, tendo como os principais responsáveis, o ramo de frigoríficos, sem trocadilhos, é uma verdadeira carnificina. Os números são catastróficos, de calamidade pública.
Os mais absurdos acidentes, como um trabalhador moído em uma máquina, acontecem cotidianamente, um deles ocorrido recentemente na Bello Frango, de Dourados, município de Mato Grosso do Sul.
Apesar dos números elevados, a situação é ainda pior, isso porque a realidade é de cinco vezes ou mais os dados levantados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) podendo chegar, tranquilamente, a ultrapassar os cinco milhões de operários.
Os patrões dos frigoríficos, para ocultar o tamanho das catástrofes dentro de suas fábricas, utilizam-se de todos os meios possíveis e imagináveis.
Um dos principais é o não fornecimento do Comunicado de Acidentes do Trabalho (CAT), a comunicação dos acidentes gera custo para os patrões, uma vez que terão de pagar encargos ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
Tem frigorífico que chega a rasgar atestado de trabalhadores, utilizam-se, inclusive, de métodos de tortura, sendo uma delas, a de levar o trabalhador, sozinho em uma sala e, dentro dessa salinha pressionar o trabalhador.
Um dos frigoríficos que já foi denunciado pelos trabalhadores por essa prática foi o antigo Braslo e hoje sua razão social é Seara Alimentos S/A, localizada em Osasco, região oeste da grande São Paulo, empresa do grupo JBS/Friboi. Não é por acaso que esse grupo é reconhecido como o campeão em acidentes e doenças do trabalho.
Na Seara nunca houve acidentes, apesar de, diariamente, ocorrer vários no quadro de avisos da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes.
Os patrões não têm nenhuma preocupação com a segurança e condições de trabalho de seus funcionários, portanto preferem se utilizar do departamento de recursos humanos, dos encarregados, conhecidos nas fábricas como capatazes, para realizar o serviço de ocultação das atrocidades ocorridas dentro da fábrica.