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Izadora Dias

Izadora Dias é militante do Partido da Causa Operária em São Paulo, coordenadora do coletivo João Cândido e integrante da secretaria de organização do PCO. É militante anti-imperialista e anti-identitária. É estudante da USP e, além de colunista do Diário Causa Operária, participa do programa matinal da Causa Operária TV, o Reunião de Pauta, às sextas-feiras.

Repressão contra o povo

O “lockdown” em prática

Enquanto os bolsonaristas fazem ato em apoio ao Bolsonaro, a PM prende funcionários da saúde que protestam por medidas para combater a pandemia

Por Izadora Dias

No sábado, 23/5, funcionários da saúde foram detidos pela polícia no Rio de Janeiro após realizarem um protesto por medidas de combate ao coronavírus. O ato do coletivo “Nenhum Serviço de Saúde a Menos” durou apenas 15 minutos e seguiu todas as orientações de saúde para a realização da atividade com segurança: todos usaram máscaras e respeitaram a distância segura entre os 10 participantes. O ato consistiu em estender faixas com os dizeres “Quarentena geral para não adoecer. Renda mínima para sobreviver. Leitos para todos para não morrer” e “Fora Bolsonaro”.

Os trabalhadores da saúde já estavam guardando os seus materiais quando a polícia chegou e deteve Maria Lúcia Pádua, da Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde), e Carlos Vasconcellos, do Sinmed (Sindicato de Médicos do Rio). Os dois foram autuados e encaminhados para a delegacia. Com o objetivo de não deixá-los sozinhos, o resto do grupo os acompanhou à 26ª DP.  A ação da polícia durou uma hora e meia, tempo maior do que o próprio ato e causou mais aglomeração do que a própria manifestação.

Toda essa ação contra os trabalhadores foi justificada pelo “lockdown” decretado pelo governador Wilson Witzel, como medida de combate ao coronavírus.

A notícia de que funcionários da saúde haviam sido presos por se manifestarem não poderia deixar de chamar a minha atenção. Logo que a pandemia chegou ao Brasil, lembro bem que alguns setores da esquerda clamaram para que manifestantes bolsonaristas, que estavam realizando atos contra a quarentena, fossem presos e totalmente impedidos de fazerem atos.

A direita nunca teve interesse em impedir as ações nas ruas por parte dos bolsonaristas. Em alguns raros episódios, a polícia educadamente pediu para alguns manifestantes não realizarem aglomerações, mas nunca foram – de fato – impedidos de se manifestarem em apoio a Bolsonaro e contra a quarentena.

E aqui temos o resultado do “lockdown” na prática: quando a esquerda precisa fazer um ato a favor da quarentena, para toda a população e por ações para combater a pandemia, é reprimida. É assim que funciona a repressão do Estado burguês; e a esquerda – em hipótese alguma – pode pedir e apoiar medidas repressivas, pois elas sempre se voltam e são usadas contra o próprio povo.

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