Diante da decadência do imperialismo, convém acossar os países soberanos, que não se curvam diante da política de rapina e de subserviência dos donos do mundo. Os embargos, os boicotes e, sobretudo, a pressão militar próximo ao estreito de Ormuz deixam patente a política de guerra exercida pelos EUA.
Perante as agressões norte-americanas, o governo iraniano decidiu quebrar, em poucos dias, o limite seu estoque de urânio de baixo enriquecimento. Assim, aumentará a pressão sobre os signatários do acordo nuclear firmado internacionalmente em 2015. De acordo com entrevista dada na televisão da usina nuclear iraniana nesta segunda-feira (17), o porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI), Behrouz Kamalvandi, afirmou que o Irã alcançará o nível permitido de 300kg de urânio enriquecido em níveis determinados pelo acordo com as potências mundiais em 27 de junho. Entretanto, “Vamos além do limite máximo, não só isso, mas também aumentaremos drasticamente a produção. Depois de passarmos o limite de 300kg, o ritmo e a velocidade da produção de urânio enriquecido na taxa mais baixa também aumentarão”, reitera o porta-voz do governo.
Vale, porém, salientar que, já em maio deste ano, o governo iraniano disse que reduziria o cumprimento de alguns elementos do acordo nuclear, o Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA). Esse desdobramento, entretanto, se deu um ano depois que os Estados Unidos se retiraram unilateralmente do acordo. Ademais, sabe-se que para o Irã, o acordo já era ruim.
Convém, portanto, destacar o caráter agressivo dos EUA contra a soberania do povo iraniano; uma vez que, desde a derrubada do xá Reza Pahlevi – praticamente um serviçal dos norte-americanos, o país vem construindo uma política de independência política e econômica, a contragosto do imperialismo. A revolução de 1979, pois, em seus anseios, derrubou a monarquia e estabeleceu um Estado teocrático liderado pelo líder aiatolá Ruhollah Khomeini, voltado para a melhoria das condições de vida do povo, decretou o rompimento das relações com os EUA e, principalmente, decretou a soberania do Irã.
Nesse sentido, política iraniana tem acertado em cheio ao não se submeter aos ditames dos EUA. A crise do imperialismo norte-americano tem colocado toda a velha política de guerra econômica em ação, podendo, todavia, evoluir fatalmente para um conflito aberto. Assim, toda oposição quanto a movimentação imperialista no golfo pérsico deve ser considerada como tarefa de primeira ordem. O Irã é um país soberano e deve ser respeitado como tal.