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Eleições presidenciais

O “internacionalismo” da esquerda golpista no Brasil e no Equador

Setor do PSOL apoia a candidatura pró-imperialista de Yaku Pérez

Chegou ao conhecimento de nossa redação que um setor da direção do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), vinculado à ex-presidenciável Luciana Genro, decidiu apoiar o candidato Yaku Pérez nas eleições equatorianas que estão sendo apuradas. O apoio aparece no perfil da própria Luciana Genro no Twitter, com os seguintes dizeres:

“A esquerda indígena de Yaku Pérez pode ir ao 2º turno contra a antiga esquerda que já governou o Equador. Uma grande derrota para a direita equatoriana e um sinal à região”.

Em seguida, Luciana Genro recomenda a leitura do artigo “O Equador votou por outro caminho”, assinado pelo secretário de Relações Internacionais de seu partido, Israel Dutra.

O apoio a Yaku Pérez, contudo, não tem qualquer coisa alguma a ver com a esquerda. Esse é apenas um dos candidatos que estão sendo impulsionados pelo imperialismo para impedir que Andrés Arauz, candidato apoiado pelo ex-presidente Rafael Correa, vença as eleições. Conforme está sendo denunciado pelo próprio Rafael Correa, Yaku Pérez disse que o atual presidente, o direitista Lenín Moreno, seria “um bom tipo”. Mas não é só isso: Yaku Pérez já indicou que apoiaria o candidato oficial do imperialismo, Guilherme Lasso, se este fosse ao segundo turno.

Embora os indígenas sejam um setor oprimido da sociedade, não é raro que sejam manipulados pelo imperialismo para atingir os seus interesses. É comum, por exemplo, que o imperialismo financie determinados movimentos indígenas ou ambientais para causar algum tipo de constrangimento aos governos nacionalistas, quando esses tentam se desenvolver à revelia dos monopólios.

No fim das contas, a concepção de Luciana Genro para as eleições no Equador é moral. Não está fincada sobre a luta de classes. Ignora, completamente, os interesses em questão e o conflito entre o imperialismo e os países oprimidos. Enquanto Yaku Pérez é uma liderança de um movimento local e com uma política muito restrita, o correísmo, representado pela candidatura de Andrés Arauz, é a expressão de um amplo movimento: o nacionalismo burguês equatoriano, capaz, até certo ponto, de enfrentar o imperialismo.

A defesa da candidatura de Yaku Pérez, neste sentido, serve apenas para que uma candidatura apresentada como radical divida os votos da esquerda e leve à vitória o candidato dos bancos, Guilherme Lasso. Até porque sua candidatura não tem como seguir sozinha: para que Yaku Pérez vença as eleições, terá de contar com o apoio de alguma das forças protagonistas da luta de classes no Equador. Ou contará com o imperialismo abertamente — o que faria com que o apoio da esquerda à sua candidatura seja uma aberração — ou teria de contar com o apoio da classe operária equatoriana e de todo o movimento social que deu origem ao correísmo — o que não acontecerá, pois já há um vínculo sólido entre o movimento e a figura de Rafael Correa.

O apoio a uma suposta “saída à esquerda”, que, na verdade, serve apenas para enfraquecer o movimento real de enfrentamento ao imperialismo em curso, não é uma novidade do PSOL ou de Luciana Genro. A deputada foi uma das principais defensoras, no interior da esquerda, da Operação Lava Jato, que resultou no golpe de Estado de 2016. É, também, uma defensora das artimanhas criminosas do imperialismo contra o governo popular venezuelano.

E o motivo dessa política está expresso em sua própria declaração no Twitter: mais vale apoiar a “nova esquerda”, seja lá que esquerda for essa, do que a “velha esquerda”. O problema, no entanto, não é de velhice. A “velha esquerda” que Luciana Genro tanto ataca é o nacionalismo burguês, que é um movimento sólido, com um conteúdo social bem definido, e que apresenta um caráter progressista. A “nova esquerda” se perde em abstrações de “mais liberdade” ou de “defesa do meio ambiente”, mas não é a expressão de um movimento real. E, como tal, está suscetível a todo tipo de manipulação por parte do imperialismo.

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