A crise do coronavírus, que começou a dar sinais de existência no Brasil há pouco menos que um mês, tem o potencial de afetar não apenas a saúde de toda a população brasileira, mas também o de devastar a economia do país. Sem dúvidas, uma das áreas que será mais afetada por esse cataclismo é a da cultura.
As artes e a cultura sempre foram vítimas preferenciais dos ataques dos governos de direita e extrema-direita. O Ministério da Cultura foi extinto pelo presidente ilegítimo Jair Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato. Logo após, criou uma Secretaria Especial da Cultura, que ficou submetida ao Ministério do Turismo. Chamou para essa pasta o nazista Roberto Alvim, que fez um patético cover de Joseph Goebbels em um vídeo veiculado em rede nacional. Depois desse fiasco político, foi substituído pela ruralista Regina Duarte, que promete fazer tudo o que for possível para cortar o já pequeno investimento do governo à cultura.
Coronavírus e a ausência de propostas do governo para a cultura
Como se não bastassem os ataques violentíssimos dos golpistas, agora a cultura irá amargar com o impacto econômico provocado pela quarentena. Shows, peças, apresentações e exposições foram cancelados com a finalidade de impedir o contágio do COVID-19 e nada de real que possa compensar isso está sendo proposto pelo governo federal nem pelos estaduais. No entanto, Bolsonaro não pensou duas vezes antes de repassar R$1,2 trilhão para os bancos através do Banco Central.
No estado de São Paulo, a previsão da Secretaria Estadual da Cultura é de que a área só apresente alguma recuperação a partir do mês de dezembro. É uma previsão otimista, se levarmos em consideração que não é possível ter uma verdadeira noção de quanto tempo essa crise vá durar. O governo do direitista João Dória prometeu oferecer linhas de crédito para o setor, mas estas serão apenas para empresas com um rendimento alto ao mês, privilegiando restaurantes, bares e padaria.
Isso afeta não só os artistas que precisam do trabalho para sobreviver, mas também a população, que perde o seu direito de ter acesso a cultura de qualidade. Já era algo difícil de ser posto em prática com o descaso e até aversão da direita com relação à cultura. Agora, com a crise, a situação tende a piorar muito, ainda mais se levarmos em consideração que os golpistas devem aproveitar a situação para intensificar os ataques.
A única opção dos artistas e do povo que os apoia é a luta contra o governo Bolsonaro e de outros direitistas como João Dória, Witzel e afins. A população deve se organizar e colocar em prática a campanha pelo Fora Bolsonaro e a defesa de um programa contra a crise do coronavírus e a crise econômica que se avizinha e promete atingir a cultura em cheio.
