Recentemente, o portal Esquerda Online, do PSOL escreveu um artigo criticando a posição da golpista Folha de S. Paulo onde colocava o novo ministro da Cultura, Mário Frias, como o “novo homem de Bolsonaro” e uma imagem do ator global com o “cofrinho” aparecendo. O artigo assinado por Lucas Brito afirma que não se pode criticar o governo do fascista Jair Bolsonaro com “homofobia”.
Em primeiro lugar o artigo não explica qual foi a homofobia em questão e apenas faz uma contação de histórias que em nada se assemelha aos que a golpista Folha de S.Paulo fez com Bolsonaro e seu novo ministro da Cultura.
Em determinado momento, o autor faz uma comparação esdrúxula com o caso da social-democracia alemã no período de ascensão de Hitler. “A imprensa social-democrata da época, em especial o jornal Münchener Post, publicou matérias contra Röhm, utilizando da homofobia. Em matéria “revelaram” sua homossexualidade e chegaram a publicar um carta do oficial endereçada a um amigo, na qual falava abertamente sobre sua orientação sexual. Na mesma época, os nazistas “acusavam” publicamente a homossexualidade de ser uma invenção russa, que teria contaminado o “nobre” povo germânico. No afã de desmascarar o movimento nazista, a homofobia foi escolhida como arma pela social-democracia. Um grave erro”, afirma.
A própria citação já é uma demonstração que o autor não consegue explicar o que seria homofobia. Fica evidente com a citação que nem consegue entender o que a social-democracia alemã estava fazendo com sua publicação. Fica evidente na leitura que a social-democracia alemã ao revelar que Ernst Röhm era homossexual para demonstrar a farsa e a hipocrisia dos nazistas para a população em atacar homossexuais e acusar que isso era uma coisa colocada pelos soviéticos. Nada mais.
O nível de loucura da esquerda identitária está absurdo. Se baseia em todos os momentos em conceitos morais abstratos, colocando um debate falso que serve apenas para esconder os crimes da direita e do fascismo. Não se trata aqui de defender a golpista Folha de S.Paulo e sim de debater qual o modo mais eficiente de fazer a luta contra a direita.
O debate identitário não traz nenhum benefício para a população e nem para os homossexuais. A luta pelos direitos dos homossexuais não é uma luta pela regulação do que é falado ou escrito, e sim uma luta por direitos materiais sempre. Censurar a Folha somente vai esconder seu verdadeiro objetivo e os homossexuais precisam de direitos e condições econômicas de se defender da extrema direita.
É preciso denunciar que a Folha de S.Paulo, que faz demagogia a todo momento com os homossexuais, apoia a direita e o governo fascista de Jair Bolsonaro. Não ficar regulando ou censurando o que essa imprensa golpista diz para mascarar seu caráter fascista e contra a população.
Outro ponto que deve ser debatido é que fascista é fascista. Nenhuma pessoa se torna menos fascista porque é gay ou mulher ou negro, por isso o debate é vazio e serve apenas para ser utilizado para evitar críticas a política de ataques, neste caso aos homossexuais.
O que precisar ser feito é lutar contra Bolsonaro e os golpistas, para que a ofensiva não somente contra os homossexuais, mas contra toda a população seja encerrada. Esse debate colocado só serve para desorientar a esquerda e evitar críticas, como em geral são esses debates identitários extremamente acadêmicos.