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Isolamento pra quem?

O “home office” e a farsa do isolamento

Dados do IBGE divulgados na última sexta-feira (28) mostram que o isolamento social e o home office foram restritos a uma pequena parte da população trabalhadora brasileira.

Desde que a pandemia do Coronavírus chegou ao Brasil muito tem se falado sobre o isolamento social e a quarentena, onde esta foi a única solução “concreta” encontrada e apresentada principalmente pelos governadores, fazendo com que até mesmo a esquerda pequeno burguesa caísse no discurso demagógico e colocando verdadeiros inimigos do povo como “científicos e responsáveis”, como foi o caso de João Doria e Wilson Witzel, que entraram em certa discordância com Jair Bolsonaro sobre o isolamento social. Toda a demagogia e discurso sobre o isolamento social no Brasil poderiam ter sido aceitos se ele tivesse de fato acontecido para todos os trabalhadores, mas como foi colocado desde o início da pandemia pelo Diário Causa Operária o isolamento social foi apenas um privilégio de uma pequena parcela de trabalhadores, e isso pode ser observado pelos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o “home Office”, que seria o trabalho em casa.

Os dados do IBGE divulgados na última sexta-feira (28) revelaram as grandes diferenças sociais e também regionais dos trabalhadores dentro da pandemia. Dos 8,4 milhões de trabalhadores remotos no Brasil praticamente metade, 4,9 milhões estão concentrados na região Sudeste do país, que reúne o maior número de mão de obra mais especializada e qualificada do país, ou seja, aqueles trabalhadores que ganham mais e que também estão em melhores condições de trabalho, enquanto isso apenas 252 mil se concentravam na região Norte, que é muito mais pobre. Isso pode ser explicado pela quantidade de trabalhadores que estão na informalidade nas duas regiões, onde no Norte a informalidade representa 57,9% da população ocupada, enquanto no Sudeste representa 31,5% , e em São Paulo os dados são ainda menores, pois chegam a 28,6%.

Outro fator que revela as diferenças entre os trabalhadores está na escolaridade daqueles que estão em home office. Dentre os trabalhadores remotos do país, 6,1 milhões concluíram o ensino superior ou uma pós graduação, o que representa 73% do total, enquanto os trabalhadores que não chegaram a concluir o ensino fundamental seriam apenas 70 mil, ou seja, quanto maior a escolaridade melhores as condições de trabalho e assim a oportunidade de se fazer o trabalho remoto e o isolamento social. Esses dados são ainda mais explicitados quando analisamos quais são os cargos que constituem aqueles que estão em home office, como por exemplo os profissionais ligados a ciência e intelectuais, que são 13,5% dos brasileiros ocupados, mas que chegaram a representar 50% dos trabalhadores em home office, ou os diretores e gerentes de empresas, que são apenas 3,5% de toda a população ocupada mas que no trabalho remoto representam 8% dos trabalhadores.

Além de todas as diferenças entre os trabalhadores que puderam ou não realizar o trabalho remoto os dados do IBGE também revelaram que os empregos que estão sendo preservados durante a pandemia são aqueles de maiores patamares no mundo do trabalho, enquanto aqueles que estão na base e menos qualificados são a grande maioria daqueles que estão sendo cortados e aumentando assim a massa de desempregados no país e consequentemente aqueles que precisam recorrer a informalidade, e isso gera um dado contraditório, pois em plena crise econômica a média salarial nacional chegou a R$2,5 mil, a maior já registrada pelo IBGE, justamente pela preservação dos empregos que são mais remunerados e de maiores patamares.

Os dados do emprego remoto apresentados pelo IBGE mostram aquilo que a maioria dos brasileiros já sabia e sente na pele, a grande massa trabalhadora brasileira não teve direito ao isolamento social e isso foi um privilégio de uma pequena parte da classe operária, enquanto governadores utilizaram do isolamento de forma demagógica como se realmente estivessem se preocupando com a vida dos trabalhadores mas não utilizavam recursos para realizar medidas realmente concretas para contenção da pandemia. O fracasso do isolamento social no Brasil é exemplificado não somente com os dados apresentados, mas também com a quantidade de trabalhadores que já morreram e já se infectaram com o vírus. As diferenças até mesmo dentro da classe operária demonstram que quanto menor a instrução e as condições de vida dos trabalhadores mais expostos os mesmos ficam, já que a informalidade e os trabalhos que dependem menos de uma maior qualificação não dão chances para o trabalhador se proteger, os mesmos são obrigados a saírem às ruas, para não passarem fome e suprirem suas necessidades, colocando-os num dilema cruel, onde é preciso escolher entre a sua saúde ou as suas condições mínimas de sobrevivência.

Se os trabalhadores chegaram à essas condições diante da crise é porque o Estado não está cumprindo seu papel de proporcionar aos trabalhadores as condições necessárias para se protegerem, principalmente aqueles da extrema direita golpista que trabalham apenas para os interesses da grande burguesia e do capital. Por isso é mais do que necessário a derrubada do governo genocida de Jair Bolsonaro e todos aqueles que de forma golpista utilizaram a pandemia de forma demagógica com os trabalhadores enquanto nada foi feito para que todos pudessem se proteger e preservar suas vidas. Somente com a derrubada destes governos será possível reverter essa situação tão cruel para com a classe operária brasileira.

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