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Renato Farac

Membro na Direção Nacional do Partido da Causa Operária e colunista do Diário Causa Operária.

Mais acordos com a PM

O histórico de Boulos como pelego no movimento sem teto

Em vídeo publicado recentemente, tenente-coronel da PM aposentado faz campanha para Boulos e revela acordos para realizar despejos de trabalhadores sem teto

Nesse último período, a imprensa golpista do Estadão, da Folha de São Paulo e da revista Veja tem tentando mostrar o candidato do PSOL a prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos como um grande lutador dos trabalhadores sem teto, uma espécie de Zé Rainha urbano, mas na verdade não é bem assim.

Os recentes acordos de Guilherme Boulos com a PM fascista do Estado de São Paulo para entregar a avenida Paulista para os grupos de extrema direita e proteger esses grupos das manifestações bem radicalizadas das torcidas organizadas e outros movimentos de esquerda parecem que não foram os únicos. Uma entrevista de um oficial aposentado da PM revela que o psolista Boulos possui uma relação bem antiga de acordos e colaboração com a PM paulista.

O tenente-coronel aposentado da fascista Polícia Militar, Adilson Paes de Souza, gravou recentemente um vídeo para contar a experiência que teve com Boulos em 2010 e apoiar a sua candidatura à prefeitura de São Paulo onde revela muita coisa sobre o papel de Guilherme Boulos dentro do movimento de luta por moradia.

Separamos alguns trechos do vídeo que são importantes e esclarecedores para o debate. No vídeo, o Tenente-Coronel rasga elogios a Boulos.

“Em meados de agosto-setembro de 2010, eu recebi uma determinação judicial para realizar uma operação policial de reintegração de posse em um terreno ocupado pelo MTST no município de Taboão da Serra (SP). Eu como primeira providencia chamei as partes reunidas, na qual compareceram um representante do autor da ação e o Guilherme Boulos e alguns representantes que era réus na ação….nós desencadeamos juntos vários procedimentos e várias medidas para realizar a reintegração de posse da maneira mais pacifica e tranquila possível. Em todos os momentos Guilherme Boulos foi um interessante parceiro nessa iniciativa. Nós fizemos contato com representantes do executivo municipal, estadual e federal uma solução digna para a retirada das pessoas do imóvel,” disse.

E quero tornar público que o Boulos foi um parceiro extremamente ético e diligente. Que todos os pactos e acordos foram cumpridos. Ele foi a pessoa dessa questão da reintegração de posse que atuou com mais ética”. “Guilherme Boulos é uma pessoa ética, ponderada, que cumpre a palavra, que busca o diálogo, que busca o entendimento”, disse o Tenente Coronel aposentado.

Os elogios do tenente coronel são sempre que cumpre o acordo, busca a conciliação e o entendimento com a repressão e com os despejos. Veja o vídeo abaixo:

O negociador de despejos

 

Além do trabalho conjunto entre Boulos e a PM para despejar as famílias ocupadas em Taboão da Serra, o tenente-coronel aposentado da PM também revelou que foi procurado por Guilherme Boulos para tentar uma intermediação com o comandante da área de São José dos Campos para realizar um despejo pacífico para uma área com centenas de famílias na ocupação do Pinheirinho. Segundo o oficial aposentado Boulos queria uma saída “pacífica”.

As duas áreas estavam sob a coordenação do Movimentos dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e negociadas pelo psolista Guilherme Boulos. As declarações do tenente-coronel mostram que a “luta”, o grande “líder” e a “combatividade” de Boulos apresentados pela imprensa golpista não passam de mentiras e dissimulações para esconder uma grande colaboração com a PM e a direita.

São apenas dois casos, mas que não devem ser os únicos, que são simbólicos para mostrar o verdadeiro papel de Guilherme Boulos dentro do MTST.

 

Uma defesa absurda da PM

 

Esses casos para revelados para facilitar o despejo em vez de lutar contra a retirada das famílias sem teto, a negociação com a PM para deixar as ruas para as manifestações fascistas dos coxinhas nas ruas de São Paulo e retirada da esquerda da Avenida Paulista demonstram uma proximidade muito grande com essa organização e com o governo tucano de São Paulo.

Tive experiencias em manifestações de uma defesa da PM e que claramente atuavam para evitar confrontos com essa organização. Em uma manifestação na avenida Paulista, a Frente Povo Sem Medo, encabeçada por Guilherme Boulos, foi utilizada para evitar confrontos com a PM e contra a radicalização dessas manifestações.

Nesse caso, a Polícia Militar havia atacado ambulantes que vendiam seus produtos dentro da manifestação. Um verdadeiro crime da PM. Mas não seria de ficar chocado com esse comportamento da PM porque é o modus operandi dessa organização. Diante da violência e abusos da PM contra os ambulantes, os manifestantes numa atitude combativa e de defesa dos trabalhadores se revoltaram e começaram a atacar os policiais militares.

De imediato, integrante da Frente Povo Sem Medo de Guilherme Boulos iniciaram um grande cordão para evitar o confronto entre os manifestantes e PM’s. Uma decisão de proteger os policiais de maneira ridícula e pelega, pois enquanto isso os policiais destruíam a barraquinha dos ambulantes e tomavam a sua mercadoria.

E essa utilização da Frente Povo Sem Medo para evitar confronto com a PM e de manter os atos controlados foi vista diversas vezes.

 

Nada de defensor dos sem teto e, sim, um pelego

 

O elogio do tenente-coronel da PM e suas colocações mostram que Boulos não tinha nenhuma intenção de resistir aos despejos ou fazer de tudo para que as famílias não fossem retiradas do local ocupado.

As declarações mostram que Boulos sempre buscava uma saída das famílias de maneira pacífica e os elogios demonstram que os despejos sempre seguiam a cartilha da PM e da especulação imobiliária. Em caso de possível confronto, a solução era negociar a saída pacífica. Nada mais pelego!

Para ficar bem claro que tentamos expor aqui, vamos comparar com o movimento sindical. É como uma greve dos trabalhadores que o sindicato em vez de lutar pelas reivindicações negociasse o fim da greve diante da pressão dos patrões.

A imprensa golpista e setores da esquerda querem mostrar Guilherme Boulos como uma versão moderna de Lula, mas na verdade Boulos não passa de uma versão moderna de pelegos históricos como Joaquinzão e Luiz Antônio Medeiros.

Guilherme Boulos nunca foi um lutador dos trabalhadores sem teto. Faz parte de uma burocracia de dentro do MTST que vive dessas negociatas e acordos com a PM e a direita golpista. Sua ascensão está ligada ao apoio da burguesia diante desse peleguismo que ficou evidente na questão dos despejos. Tanto é assim que durante a campanha eleitoral, Boulos evitou falar abertamente sobre a questão da moradia e das reivindicações dos trabalhadores sem teto.

Se fosse uma pessoa minimamente combativa não seria elogiado por em elemento do governo tucano responsável pela repressão da população e de assassinatos da população negra nas favelas. A imprensa golpista e elogios da PM fascista vem no sentido de Boulos ser um elemento dócil e domesticado para a burguesia aplicar sua política genocida.

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