Há uma semana, tomou posse o novo presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro. Ex-capitão do Exército, adepto da tortura, fã do presidente e do Estado norte-americano, Bolsonaro já se mostrou disposto a travar uma guerra contra toda a população.
Bolsonaro é produto direto do golpe de 2016 e da ofensiva global dos capitalistas contra os trabalhadores. Eleito após uma das eleições mais fraudulentas da História, Bolsonaro é dono de um governo ilegítimo, sem nenhuma base social real.
O apoio do imperialismo ao governo fraudulento de Bolsonaro tem um único objetivo: permitir que o golpe dado contra Dilma Rousseff seja “renovado”, isto é, tenha um aspecto mais “limpo”, o que o tornaria mais forte e mais capaz de dar seguimento à agenda dos banqueiros para a América Latina. O povo não elegeu Bolsonaro – ele foi escolhido pela burguesia para aprovar a Reforma da Previdência, destruir a Educação e a Saúde públicas, privatizar todo o patrimônio nacional e reprimir duramente a população.
Na Venezuela, a situação é completamente oposta. O presidente Nicolás Maduro foi reeleito no ano passado com amplo apoio popular. Não houve nenhuma Operação Lava Jato em seu apoio, tampouco houve a prisão de líderes populares. A eleição foi boicotada pela própria direita, que ficou com medo da derrota humilhante que sofreria caso participasse da disputa.
O governo de Maduro é vítima de constantes ataques dos verdadeiros inimigos do povo – isto é, os capitalistas. Os Estados Unidos e a União Europeia vêm, sistematicamente, realizando uma série de sabotagens para tentar desestabilizar o governo chavista. Os países latinos que sofreram golpes, como no caso da Argentina e do Brasil, também têm integrado o boicote internacional ao governo Maduro.
Apesar de ser escandalosa a diferença entre os governos Bolsonaro e Maduro, uma vez que o primeiro representa uma resistência do povo venezuelano contra a dominação imperialista, e o segundo representa a escória por traz de todos os males da humanidade, isso não tem impedido os golpistas de fazerem uma campanha hipócrita e criminosa contra a Venezuela. O próprio Bolsonaro vem questionando a legitimidade do governo Maduro.
O fato é que o governo ilegítimo de Bolsonaro não tem autoridade alguma para questionar o governo venezuelano, que é resultado de eleições muito mais democráticas que a brasileira. O que há de ser questionado é o governo Bolsonaro e todos os militares em sua volta, que tomaram de assalto o regime político para massacrar a população.