Embaixadora do golpe na Venezuela esteve no Brasil. Maria Teresa Belandria, representante do golpista Juan Guaidó, se reuniu na qualidade de embaixadora da oposição que está tentando derrubar Nicolás Maduro com o ministro das Relações Exteriores do governo Bolsonaro, Ernesto Araújo. Participou também o deputado venezuelano Lester Toledo, coordenador da “ajuda” internacional dos golpistas em Caracas.
Na pauta estava a “cooperação” entre o governo brasileiro e os golpistas venezuelanos. O governo Bolsonaro se comprometeu com a construção de um “centro de ajuda humanitária” em Roraima. É uma cobertura para a preparação de uma intervenção militar do imperialismo norte-americano, um posto avançado para a ação do governo Trump.
Nas palavras da própria sra. Belandria, “não é apenas uma operação do governo dos Estados Unidos, como se pretende dizer”. É uma operação do imperialismo usando o governo do Brasil (assim como vem fazendo com o da Colômbia) para organizar a reação internacional contra o governo de Nicolás Maduro.
Na ofensiva do imperialismo contra o governo e o povo venezuelanos o papel do Brasil não será apenas de suporte logístico, nem poderia ser. A permissão para a construção do “centro” golpista em Roraima, acompanhada da promessa de envio de mantimentos, é a preparação para uma intervenção militar, para lançar soldados brasileiros na tentativa de afogar em sangue a resistência do povo venezuelano ao golpe de Estado.
É a confirmação do que nosso Partido vem denunciando: o governo Bolsonaro é um capacho do imperialismo, colocando-se inteiramente a serviço do monopólio do petróleo que querem colocar as mãos nas reservas da Venezuela.
A vitória da direita fascista no Brasil franqueou o caminho para o imperialismo atacar a Venezuela. Colocou o Estado, com suas forças armadas e recursos superiores a todos os demais países latino-americanos, a serviço dos imperialistas para atendê-los em seus planos de dominação do subcontinente. É um perigo não apenas para os trabalhadores brasileiros mas para os povos oprimidos de toda a América Latina. Precisa ser combatido energicamente.
O golpe em marcha e a intervenção militar do imperialismo na Venezuela, assim como a ação do governo Bolsonaro, devem ser amplamente denunciados e repudiados pelos trabalhadores conscientes do Brasil. Os comitês de luta contra o golpe devem conduzir uma intensa campanha sob a palavra de ordem de “fora o imperialismo da Venezuela”. Essa campanha deve ser combinada com a luta central dos trabalhadores no Brasil, pela derrubada do governo Bolsonaro. Derrotar a direita fascista no Brasil é uma tarefa urgente e imperiosa para o movimento operário. É o caminho para, a partir do Brasil, derrotar os fascistas venezuelanos.