Quando o golpe iniciou seus movimentos mais explícitos, com o impeachment de 2016, muitos disseram que esse seria apenas um problema do PT, ou até mesmo um caso pessoal contra Dilma Rousseff. Diante de nossa situação, fica cada vez mais claro que esse argumento é completamente falso.
Não precisa ser um gênio para enxergar que o golpe é contra toda a esquerda, todos os setores populares e toda a classe trabalhadora. A iniciativa golpista se acentua de todos os lados, seja diretamente pelos órgãos repressivos, como a polícia e as Forças Armadas, como também indiretamente, através da mídia golpista e do judiciário.
A “bola da vez” da direita golpista são as ocupações e os movimentos de luta por moradia. A campanha fica ainda mais nojenta se observarmos o fato de que eles estão usando como pretexto para essa perseguição a tragédia ocorrida na ocupação localizada no Largo do Paissandu, em São Paulo. Aliás, tragédia muito suspeita, já que o prédio pegou fogo e caiu em poucas horas, com a polícia justificando o ocorrido com um incêndio em uma tomada.
Fingindo uma preocupação que eles nunca tiveram, os setores direitistas agora pretendem “proteger” os moradores das ocupações, alegando como causa as estruturas precárias dos locais, jogando-os na rua. E não só isso. Além de efetivamente avançar para desocupar os prédios, que em sua maioria se localizam em regiões de interesse de construtoras e especuladores imobiliários, a imprensa golpista está impulsionando uma campanha contra os coordenadores das ocupações e seus respectivos movimentos.
Estão querendo, de qualquer forma, vender a ideia de que, na verdade, todos esses movimentos estariam se aproveitando dos moradores de ocupações, já que são cobrados, em certo imóveis, alguns valores e taxas. Eles só esquecem de explicar como que as pessoas conseguiriam se organizar para ocupar e manter um prédio em funcionamento sem dinheiro absolutamente nenhum. É uma completa farsa que está sendo usada para criminalizar ativistas de esquerda.
Por isso é preciso que toda esquerda e todos os setores populares acordem para lutar contra o golpe. Se permitirmos, a burguesia não deixará pedra sobre pedra e usará dos meios mais sórdidos possíveis para perseguir, encarcerar ou até mesmo matar qualquer liderança ou movimento de esquerda que os esteja incomodando.