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O golpe tocou a orquestra eleitoral com maestria durante o debate

O entediante debate na Bandeirante entre os presidenciáveis serviu bem menos como forma de esclarecer o eleitor do que esconder-lhe alguma coisa. Na verdade, ele serviu muito mais como um componente da fraude eleitoral. Através da farsa do debate, da qual faziam parte mesmo candidatos da esquerda, tentou-se passar a ideia geral de uma “normalidade” política, como se o Brasil gozasse hoje, de fato, de uma democracia plena. Ou seja, a função performática do debate, independente de seu conteúdo redundante, foi a de “virar a página do golpe”, fazer de conta que ele não existiu.

Sob a loquacidade demagógica dos candidatos, pairava um grande vazio político, um mal dissimulado “nada concreto a oferecer”, ocultado pelo blá blá blá tradicional de políticos profissionais, enquanto  o silêncio acerca de Lula, este sim, era demasiado eloquente.

A direita, insistia no seu bordão de que com o PT a corrupção econômica e moral tomou conta de Estado e nos conduziu à atual situação, a do governo Temer, com a qual nenhum dos direitistas quis se identificar explicitamente. Isso, mesmo se tratando de notórios golpistas, para não falar do próprio ministro da economia atual, Henrique Meireles, que sempre preferiu evocar seu sucesso de outrora na atuação como ministro do governo Lula, do qual evitava mencionar o nome. Alckmin também tentou se demarcar de Temer, muito embora todo mundo saiba que é o PSDB que hoje governa. Álvaro Dias se utilizava da Lava a jato como cabo eleitoral, dizendo que em seu governo convidaria Sérgio Moro para o ministério da justiça. Bolsonaro insistia em diferenciar-se de tudo que aí está, sem mencionar o seu tempo de vida pública, já longo, onde acumula mais imóveis (5) do que projetos aprovados (3). O cabo Daciolo evocava a Bíblia e o combate ao comunismo na rejeição “de tudo que aí está”, como se fosse a esquerda que estivesse perigosamente dominando o mundo. Marina contribuiu com o ponto de vista “ecologista” no debate.

A esquerda, supostamente representada por Guilherme Boulos e Ciro Gomes, apresentou considerações muito reservadas, quase protocolares, acerca do golpe de Estado, cuja alusão acentuada abalaria a própria razão de ser do debate. Boulos mencionou no início, de forma breve, a injustiça para com Lula, e não voltou mais ao assunto. Depois, servindo-se de um tipo de acusação direitista comum no PSOL, acusou Bolsonaro de corrupção e foi desmentido. Ciro Gomes disse que fora crítico do governo Dilma, mas discordava do impeachment como procedimento que pode causar instabilidade política. E ficou nisso. Ou seja, quase nada de muito frontal contra o golpe. Afinal, o “show da democracia” tinha que continuar.

Em suma, a razão de ser última do debate não foi de revelar nada que já não se saiba, mas dissimular o golpe de Estado contra o PT, e seu ponto de contradição mais sintomático: a prisão sem provas do ex-presidente Lula, candidato com os maiores índices de aprovação popular.

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