O governo nacionalista de Evo Morales, na Bolívia, deve entrar em rota de colisão com o imperialismo em 2019, quando haverá nova eleição para presidente do País.
Evo Morales, atual presidente, que obteve seu primeiro mandato em 2006 e tem se reelegido sucessivamente desde então, disputará novamente a cadeira presidencial este ano. Contudo, o cenário no subcontinente mudou e a ascensão de líderes e movimentos nacionalistas de esquerda que vigorou na década passada foi respondida em anos recentes com golpes de estado e imposição de governos alinhados ao imperialismo nos países vizinhos.
O acordo de conciliação entre Evo a burguesia nacionalista boliviana apresenta fraturas – diante das pressões crescentes do imperialismo e do avanço dos golpes no Continente – e setores da direita ganham força na forma de movimentos de protesto contra o governo. A imprensa internacional, que é a porta-voz dos interesses dos grandes capitalistas, também já deu os primeiros sinais de que os EUA devem ameaçar o país latino-americano de bloqueio econômico, com o tradicional pretexto de retaliação em defesa dos direitos humanos.
O governo de Morales conserva sua popularidade porque entre outras coisas reverteu processos absurdos que os regimes neoliberais anteriores fomentavam, como era o caso da privatização da água. Nessa disputa pelo quarto mandato, cercado por inimigos ideológicos controlados por Washington, Morales e o povo boliviano estarão diante de um adversário muito mais forte e em franca ascensão.