Em matéria publicada n’O Globo ontem (24/09) a imprensa golpista divulgou os dados eleitorais do PSOL em São Paulo, uma espécie de mapa social da candidatura, intitulado: “Com voto concentrado na elite, Boulos repete perfil do PSOL”, onde se fala que Boulos repete o mesmo dilema de Marcelo Freixo no Rio de Janeiro. Que é, basicamente, não conseguir praticamente nenhum voto das camadas mais populares da população, da classe trabalhadora e dos operários. Como no Rio de Janeiro, Boulos em São Paulo possui uma base praticamente de classe média e classe média alta
Apesar de toda demagogia, que de o PSOL dá “voz” à periferia, e que a periferia vai virar centro “quando eu for eleito”, toda conversa parece não fazer do candidato psolista um “líder de massas” e constituir uma verdadeira base popular. Segundo o jornal, Boulos tem apenas 2% de intenções de voto entre as pessoas que ganham até um salário mínimo, e 1% entre aqueles que possuem apenas o ensino fundamental. Já entre a parcela da população paulistana que ganha acima de cinco salários mínimos, Boulos possui 17% de intenção de voto e entre os que possuem ensino superior completo ele possui 15%. Caracterizando-se assim como uma candidatura meramente pequeno-burguesa. E longe de ser popular, como a propaganda do PSOL e da Folha de S. Paulo tentam mostrar.
Isso comprova de que se trata de uma candidatura pequeno-burguesa; especificamente uma candidatura de classe média alta, pois, como se sabe, a parcela da população que ganha mais de cinco salários mínimos é uma parte minoritária de toda população. Esse dado evidencia bem do porque que Boulos é impulsionado pela Folha de S. Paulo como um artífice da manobra antidemocrática da frente ampla. Com uma base popular tão débil, um candidato como Boulos é extremamente manobrável para a burguesia. Além do mais, essa base demostra claramente porque as pautas do PSOL são tão direitistas.
Uma pauta totalmente direitista e bárbara que é palatável para as camadas de classes médias é a defesa da Polícia Militar. Que, curiosamente, é defendido pelo PSOL em ambos os estados colocados pela própria Globo. No Rio de Janeiro é clássico o apoio do deputado. Marcelo Freixo, destacado quadro do PSOL à PM e, em particular, sua defesa das UPP’s – Unidade de Polícia Pacificadora -, que de pacificadora nunca teve nada. Era um braço da polícia militar e um embrião de verdadeiros esquadrões da morte dentro das periferias da capital carioca. Obviamente, uma política completamente decadente, capituladora e extremamente impopular.
E não é uma política isolada, já que hoje esse partido tem um vice-candidato a prefeitura do Rio de Janeiro que é um coronel da Polícia Militar, ex-comandante da cooporação e que é contra a dissolução da instituição da qual ele representa. Pelos mesmos motivos, em São Paulo, Boulos diz que vai “botar na linha” a Guarda Municipal armada da capital paulista. O que é extremamente abstrato, pois ele nem sequer propõe o fim do desarmamento da guarda municipal. Mostrando um claro apoio ao aparato de repressão que esmaga a população pobre e trabalhadora.
É preciso denunciar esse caráter pequeno-burguês das candidaturas do PSOL e suas capitulações em direção a direita e a formação de uma frente ampla com os golpistas. É visível que o que está colocado é uma esquerda passiva, presa a reboque de uma política que não é uma política de esquerda, mas uma política da direita e adeptas a uma manobra golpista e antidemocrática.