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"Não vai ter copa"

O “esquerdista” da Folha em 2016 tenta repetir o golpe em 2022

A volta de Guilherme Boulos para ser colunista da golpista Folha de S.Paulo mostra que a burguesia tem planos para Boulos contribuir com a política da direita

Nesta primeira semana de 2021 a golpista Folha de S. Paulo divulgou em sua plataforma digital que o candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, será novamente colunista do jornal. A Folha diz em sua matéria que “Guilherme Boulos, que foi candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo em 2020, passa a integrar na próxima semana o grupo de colunistas da Folha em suas plataformas digital e impressa”.

A Folha golpista rasga elogios para o seu novo colunista de uma maneira que chama muito a atenção, visto que esta é o mesmo jornal que ataca de maneira suja o PT e, em particular, o ex-presidente Lula. Nos elogios, a Folha de S.Paulo destaca características que sempre atacou, como por exemplo a luta por moradia e terra. “Boulos, 38, é conhecido por sua atuação no MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), grupo que reivindica moradias em áreas urbanas, no qual milita há 20 anos, sendo o coordenador nacional”.

Também exalta o que ocorreu durante as eleições de 2020 na prefeitura de São Paulo: “no segundo turno da campanha municipal, Boulos angariou o apoio de partidos como PT e PCdoB, entre outras forças, e obteve 40,6% dos votos válidos, perdendo a disputa para Covas”. Esses dois parágrafos revelam as intenções de manter Guilherme Boulos como colunista e que vamos discutir mais adiante.

Uma trajetória em favor da direita golpista

Guilherme Boulos foi presenteado como colunista da golpista Folha de S.Paulo pela primeira vez no período de 2014 a 2017. O que chama a atenção desse período é o início de uma grande ofensiva para derrubar o PT e as eleições em 2014 e um ano após o golpe que derrubou a presidenta petista Dilma Roussef.

O espaço ‘concedido’ a Guilherme Boulos de um dos principais órgãos de imprensa do golpe em 2016 coincide com uma enorme ofensiva contra o governo petista para culminar na derrubada de Dilma Roussef através do impeachment. Sempre é importante lembrar que Boulos foi um articulador do movimento Não vai ter copa”, muito impulsionado pela direita, pelos ataques durante a campanha eleitoral em 2014 e em 2015 na “luta” contra os ajustes fiscais encabeçados por Dilma Roussef.

Durante o processo que culminou no impeachment, Boulos chegou a afirmar em suas entrevistas que o governo Dilma era indefensável e durante as manifestações da esquerda com diversas organizações que foram as ruas para impedir os ataques da direita, Boulos e o PSOL chegavam nas mesmas manifestações com a palavra de ordem de atacar o PT e contra os ajustes fiscais.

Esse fato acima foi confirmado com a cartada divisionista de Boulos e do PSOL que serviu como fator de confusão da luta que foi a criação da Frente Povo Sem Medo, uma frente artificial para não se misturar com o PT.

Passar um “pano” para a imprensa golpista

Um ponto secundário, mas não menos importante, é uma tentativa de mostrar o principal órgão de imprensa do golpe como “democrático” e dar um ar esquerdista para a imprensa burguesa.

A Folha tem a sua posição editorial, como todo jornal, expressa isso. Abrir para pessoas que têm posições diferentes daquela que é editorial do jornal, acho que fortalece o pluralismo, a democracia. Ajuda a fazer um contraponto a uma lógica autoritária de pensamento único que hoje está representada na Presidência da República, inclusive com ataques lamentáveis a jornalistas e à própria imprensa,” disse Guilherme Boulos

Um prêmio pelo trabalho que fez nas eleições

A volta de Guilherme Boulos para a Folha de S.Paulo revela uma grande proximidade deste com a ala golpista do regime político. Sua participação nas eleições municipais para São Paulo mostrou uma total despolitização da campanha.

Outro ponto da campanha de Boulos foi de não falar em nenhum momento do golpe em 2016 e muito menos pela saída de Jair Bolsonaro na presidência. Uma campanha despolitizada e sem sequer citar o golpe e não pedir a saída de Bolsonaro serviu bem para que a direita golpista passasse despercebida durante todo o processo.

Em relação ao PSDB e João Doria foi um jogo de comadres onde Boulos e o PSOL não denunciaram e muitas vezes elogiaram como uma direita científica e civilizada. Boulos participou em uma entrevista na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), a “casa do liberalismo”, como disse um dos anfitriões. Lá, ele afirmou aos empresários: “não esperem de mim demonização do setor privado.” Ouviu, também, de outro anfitrião: “seu discurso é tão redondo, parece até candidato de direita.”

Ajudou a isolar o PT e o candidato apoiado por Lula nas eleições, fato que serviu para a direita mostrar que o PT está sem nenhum apoio da população e que Lula está ultrapassado.

Ajudar a direita a isolar lula em 2022

O retorno de Guilherme Boulos para ser colunista da Folha de S.Paulo vem num momento de nova ofensiva da direita para tentar isolar o PT e sua ala ligada ao ex-presidente Lula. Assim como em 2014 até o impeachment, Boulos cumpriu um papel para atacar o PT e agora está servindo para criar uma alternativa ao PT, dividindo os votos da esquerda ou colocar a esquerda a reboque da direita golpista através da frente ampla, política apoiada por Guilherme Boulos e que não aceita de maneira nenhuma Lula.

Durante as eleições, Guilherme Boulos seguiu a risca a cartilha da burguesia e um fato que a direita golpista gosta é a falta de inserção social de Boulos e do PSOL entra movimentos populares e menos ainda no movimento de trabalhadores.

A imprensa, que expressa a opinião da burguesia, quer destruir o PT há muito tempo. Por isso deu o golpe. Mas não foi o suficiente. Não conseguindo, até o momento, destruir o Partido dos Trabalhadores, ela opera para minar o seu prestígio entre a esquerda e as massas, alavancado por sua ala esquerda encabeçada por Lula. Colocando essa ala para escanteio, a direita conseguirá anular o PT e, por conseguinte, toda a esquerda. Parte fundamental dessa estratégia é substituir o PT, principalmente a ala lulista, por alguém que não tenha ligação com o movimento operário, que não seja passível de pressão dos trabalhadores e que, portanto, seja facilmente domesticável pela burguesia. Esse alguém é Guilherme Boulos.

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