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Destruir a Petrobras é a meta

O enxugamento da Petrobras para a liquidação da empresa

Desde o golpe de 2016 a principal meta é privatizar tudo, a Petrobras é a venda prioritária, com ela vai o petróleo

Foi iniciada nova fase da destruição da Petrobras. A atual direção da estatal anunciou que pretende reduzir em 22% o quadro de empregados. No ano passado foram adotados três Programas de Demissão Voluntária (PDV), um destinado a aposentados pelo INSS até a data da promulgação da PEC 133/19, um específico para empregados em unidades e empresas que estavam sendo fechadas ou vendidas e outro para empregados no segmento corporativo da empresa. Foram atingidos 10.082 trabalhadores que serão dispensados até ano que vem ou o próximo (Seudinheiro, 3/7/2020).

Considerada a “joia da coroa” das estatais, a privatização da Petrobras tem sido o troféu mais cobiçado pelo capital internacional há muito tempo. Com o descobrimento do pré-sal durante o primeiro mandato do presidente Lula, o Brasil saltou em importância no mundo. O país passou de um volume estimado de reservas de pouco mais de 12 bilhões de barris para mais de 50 bilhões. As áreas de Tupi e Iara, na bacia de Santos, e o Parque das Baleias, na bacia de campos, possuem mais petróleo que o total estimado antes da descoberta do pré-sal, sendo que o volume total ainda não foi completamente estimado.

“As primeiras descobertas davam uma dimensão de cerca de 50 bilhões de barris. Em 2015, a UERJ fez um estudo, segundo eles, o pré-sal poderia ter de 176 bilhões a 270 bilhões de barris de petróleo. Não tem ainda o tamanho exato. O petróleo do pré-sal é de melhor qualidade. Isso significa que nossas refinarias tem capacidade de produzir um derivado melhor. Além disso, tem um custo de exploração menor do que a gente já tinha no Brasil”, afirmou Cloviomar Caranine, analista da Federação Única dos Petroleiros – FUP, quando o Brasil estava completando 10 anos do início da prospecção do petróleo dessa camada (Brasil de Fato, 11/9/2018).

O Brasil subiu em importância no mundo e saltou para um dos primeiros lugares na cobiça norte-americana. Os EUA têm o costume de tomar as riquezas dos outros países à força, como fizeram nos últimos anos com o Afeganistão, Iemen, Iraque, Líbia, isso sem falar em um outro tanto de guerras provocadas e incentivadas pelos norte-americanos e que tiveram a participação direta de suas tropas e de exércitos de mercenários de empresas privadas contratadas pelo Departamento de Defesa dos EUA, a modalidade que inventaram ou que passaram a usar mais frequentemente desde o Afeganistão.

Na América do Sul os norte-americanos têm desenvolvido, pelo menos nos últimos dez anos, duas formas de guerra de dominação política e econômica, uma com a Venezuela, que se iniciou primeiro e dada a resistência do presidente Hugo Chaves, os norte-americanos têm tentado vários modos de pressão abertos quase chegando ao conflito armado. No caso brasileiro, iniciaram um novo modo de pressão formando um conjunto de táticas que passou a ser chamado de Guerra Híbrida, adotado nos aprendizados norte-americanos depois da destruição do Iraque.

Com o vazamento das espionagens norte-americanas no que passou a ser chamado de escândalo dos WikiLeaks, quando um ex-agente de informações passou a publicar o inteiro teor de documentos secretos do governo dos EUA, soube-se que o Brasil estava no topo das investidas norte americanas para destruir os principais projetos e os mais importantes empreendimentos nacionais. O Brasil estava em fase avançada da criação de tecnologia para construção do submarino nuclear, com a tecnologia de ponta da Petrobras, descobriu o pré-sal e tinha como retirar o petróleo dessa camada profunda, e, além disso, algumas empresas privadas, como a construtora Odebrecht, estavam conquistando mercados internacionais e poderiam abalar o supremacia norte-americana em áreas sensíveis. E mais ainda, como formação do bloco dos BRICS ao Brasil passava a ter um meio real de sair da área de influência política e militar dos EUA. Tudo isso constituía um cenário impensável para os EUA e eles não iriam admitir tal independência.

Tudo foi feito, desde espionagem direta, grampo no Palácio do Planalto, compra de agentes públicos e subornos. O que acabou dando certo foi a cooptação do Ministério Público e do Judiciário. Isso não aconteceu rápido, foram necessários vários ensaios, treinamento de funcionários brasileiros em instituições norte-americanas e algumas migalhas de dólares na forma de subornos. História que ainda há de ser escrita em pormenores e cujo resultado já sabemos.

Nesse enredo, a Petrobras aparece com um capítulo especial, que ainda não se concluiu. Transformada em a maior empresa estatal brasileira em décadas de intenso trabalho de prospecção e processamento de petróleo, a Petrobras formou técnicos e especialistas que estão entre os melhores do mundo, especialmente na produção em águas profundas. As crises do petróleo nos últimos anos ajudaram muito, especialmente o incentivo norte-americano ao desenvolvimento do faturamento hidráulico usado para extração de combustíveis líquidos e gasosos do subsolo nos EUA. Mesmo com as consequências danosas ao meio ambiente, o governo norte-americano acabou incentivando empresas daquele país a adotarem este método e ele acabou sendo o principal meio de produção de petróleo em solo norte-americano na última década, o que fez cair o preço do petróleo no mundo e foi uma das causas de crises em países como a Venezuela e também o Brasil.

Com o petróleo em valores de comércio muito baixos, a produção brasileira entra em crise e a Petrobras se fragiliza, facilitando por demais o trabalho do Ministério Público, já aliado do governo norte-americano (Departamento de Estado, Departamento de Comércio, FBI)

Com o golpe de 2016, inicia-se a política de privatização da Petrobras. Primeiro com o que chamaram programa de desinvestimento (sucateamento e venda de subsidiárias), que tem reduzido a produção e o processamento, fazendo o país se tornar um grande comprador de combustíveis já processados. Começou com a Liquigás, após o Supremo Tribunal Federal autorizar estatais a venderem suas subsidiárias sem precisar de autorização do Congresso Nacional. O STF, em uma canetada só, deu aval para o governo golpista vender 88 empresas consideradas subsidiárias. Só a Petrobras tinha 36 subsidiárias, como a Transpetro e a BR Distribuidora (G1, 6/6/2019). Com o aval do STF o governo iniciou o processo de venda, ente outras, da Refinaria Landulpho Alves (Bahia), a segunda maior do país em capacidade instalada, logo depois da Refinaria de Paulínia (Replan)

Os programas de demissão voluntária são parte desse processo de liquidação da empresa e acabarão colocando fora do mercado um dos patrimônios do país que é a capacidade técnica e gerencial da Petrobras, além de ferir fundo o movimento dos trabalhadores, diminuindo a capacidade de mobilização da Federação Única dos Petroleiros e várias entidades a ela ligadas.

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