Por Antônio Carlos Silva, professor, membro da direção do PCO e coordenador de Educadores em Luta
Neste 15 de outubro, dia do professor, além da demagogia tradicional dos monopólios de comunicação (como a Globo) defensores do ensino privado e beneficiários da ignorância, e dos políticos e governos que atacam sistematicamente o ensino público mas que, agora, fazem homenagens e discursos de falso louvor aos mestres, nos deparamos como um grave situação que afeta à nossa categoria e todo o povo brasileiro.
Por meio de eleições totalmente fraudulentas, sem a presença da maior liderança popular e cujos governos foram – de longe – os que mais investiram na Educação, e totalmente manipuladas pelo judiciário e imprensa golpistas, classificou-se para o segundo turno e tem grandes chances de ganhar as eleições um candidato totalmente comprometido com o ensino pago e com o ataque a toda a Educação. Escolhido para dar continuidade à politica do regime golpista encabeçado por Temer que aprovou o corte das royalties do petróleo para a Educação, o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, a redução dos gastos em projetos educacionais (como o ciências sem fronteiras), promoveu a aprovação de leis contra os trabalhadores como a terceirização sem limites (inclusive na Educação) e a liquidação da CLT, e que prepara, entre outros ataques, o fim das aposentadorias (com a “reforma” da Previdência), que pode adiar para o “dia de são nunca” o plano do justo descanso de milhões de pessoas, entre elas dos professores.
Além de ter votado, junto com MDB, PSDB, PP, PTB, PSD e outros partidos golpistas todas essas medidas, Jair Bolsonaro (PSL), anuncia que quer mais. Para isso já apresentou como possível ministro da Educação, um dos seus principais conselheiros para a área, o empresário Stavos Xanthopoylos, que atua nos negócios do Ensino à Distância (EaD), sendo diretor da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). Um ministro sob medida para quem quem manter crianças, jovens e adultos, longe das escolas.
O empresário integraria, segundo o presidenciável, um ministério formado por um terço de generais golpistas, que como Bolsonaro querem jogar na lata do lixo os livros de história, para ensinar que não houve ditadura no Brasil e impor nas escolas o ensino religioso e outras barbaridades reacionárias. A apoiá-lo estão verdadeiros inimigos dos professores e do ensino público, como João Dória (SP), Beto Richa (SP), Anastásia (MG), Perrillo (GO) e outros com larga experiência em reprimir as mobilizações dos educadores e da juventude.
Não faltaram também “conselheiros” com notória ignorância como os deputados eleitos em meio ao processo fraudulento, como o ator pornô Alexandre Frota e tantos outros que ao Invés de defenderem a Educação se colocam a favor do aumento da repressão contra a juventude, com a redução da maioridade penal, entre outras medidas, e da imposição da “Escola sem partido”, para garantir uma escola que sirva para doutrinar as crianças e jovens em favor de ideologias reacionárias e levar o Brasil para a Idade Média, para uma situação de maior submissão e opressão das mulheres, perseguição aos homossexuais, negros etc.
Nessas condições, os educadores e suas poderosas organizações de luta são chamadas a dar uma aula diferente, das convencionais. É preciso aprender e ensinar que o caminho para reverter essa situação não pode ser encontrado nas urnas viciadas, na crença cega nas instituições do regime golpistas e, menos ainda, nas concessões e submissão à política reacionária da direita, abandonando reivindicações fundamentais para a maioria do povo, como a defesa do direito ao aborto para as mulheres.
Os professores e demais trabalhadores da Educação precisam se levantar, junto com os demais setores explorados, com a juventude, e organizar já o duro enfrentamento com esta política reacionária, que – necessariamente – terá que ser feito nas ruas.
Sem essa luta estará comprometido o futuro da Educação, do ensino público, dos professores e de todo o povo brasileiro.
Para impulsioná-la, é preciso avançar na organização, multiplicando nas escolas, universidades e bairros, dos comitês de luta contra o golpe, para defender o ensino público, lutar pela liberdade de Lula, pela derrota do regime golpista.
Em defesa da Educação, fora Bolsonaro e todos os golpistas!
Para impedir o retrocesso, defender o ensino público e gratuito, sair às ruas, contra os golpistas, contra o golpe militar.