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O crime tem uma única raiz: a decadência capitalista

Sob a pressão do imperialismo, a esquerda abandonou a sua tese tradicional de que os males da sociedade capitalista tem um fundo econômico, social e político e que essas perturbações, que levam a pessoa a matar um monte de gente que ela não conhece e tudo o mais, são o resultado de uma sociedade doente.

Na Análise Política do sábado (10) o companheiro Rui explicou o tema:

“Essa tese logicamente é incômoda. Falar que a sociedade está doente leva à conclusão que essa sociedade precisa ser transformada. Agora, se você fala a sociedade não está doente, ela é normal, você vai dizer que é uma sociedade doente só porque houve 16 massacres em 6 meses no país? De onde você vai tirar essa ideia de que ela está doente? Então é normal, basta que você retire as armas, pronto: tudo normal. O garoto que mata os colegas de escola, num acesso de loucura total, vai ficar na escola pacificado e tal porque a sociedade é boa, a sociedade é maravilhosa. Isso é uma capitulação ideológica da esquerda gigantesca diante da direita.

Por exemplo, para a direita, a rebelião no presídio que levou a morte de 52 pessoas é uma coisa normal. Não é que você reduz o ser humano à uma situação sub-humana, a uma situação de selvageria, tranca ele num local que você não trancaria um animal e você ainda quer que a pessoa se comporte de maneira civilizada. É uma expectativa totalmente absurda. A pessoa se comporta de acordo com as circunstâncias em que ela vive. Uma pessoa que está sem problema nenhum pode se dar ao luxo de evitar uma série de conflitos na sua vida. Uma pessoa que está dentro de um prisão, com uma série de conflitos dentro da prisão, corrupção das autoridades, uma situação praticamente impossível de viver, já não pode se dar ao luxo de muita coisa que outras pessoas podem aceitar.

Portanto, o crime tem uma única raiz, a raiz social. A ideia dos religiosos de direita de que o crime é produto de um mal é uma ideia idiota, besta, que ninguém deveria levar a sério, mas que a esquerda, uma parte da esquerda, leva. Os criminosos em geral, as estatísticas mostram isso de uma maneira muito abundante, são todos pessoas extremamente pobres. Nós demos a notícia do fato de quase 80% dos presos não terem nenhum documento. Vocês imaginem qual é o nível social desse cidadão que não tem nenhum documento. Não é que ele não estava com o documento dentro da cadeia, é que ele não tem o documento, precisaria tirar pela primeira vez. São pessoas sem documento dentro do seu próprio país. Quer dizer, são pessoas que estão vivendo numa situação de sub-cidadania, de sub-civilização, de sub-humanidade. Aí a pessoa, num país que tem tanta oportunidade de emprego como o nosso, recorre à atividade criminosa, por motivos diversos, e aí todo mundo fala “tá vendo, que ele é mal, que ele precisa ser duramente punido e tudo mais.”

Quer dizer, o abandono da ideia de que o crime, a violência, a perturbação social em geral, é produto de uma sociedade capitalista, de uma sociedade de classes, de uma sociedade de intensa opressão da maioria pela minoria, de uma sociedade repressiva, a sociedade norte-americana é extremamente repressiva, todo mundo já falou disso. Uma boa parte dos casos de desespero, de loucura, é porque a pessoa não aguentava mais o próprio ambiente em que ela vivia de repressão. Abandonar esse terreno é praticamente abandonar todo o terreno ideológico à direita. Como é que é possível que a esquerda tenha chegado a essa ponto? Através da idolatração de uma democracia que não existe. Que é assim: se o país é democrático, todos são iguais, todos tem as mesmas oportunidades, e se o cidadão é criminoso é porque ele mal. Porque uma sociedade tão boa como essa, que dá tantas oportunidades para a pessoa, tão democrática, tão linda, para a pessoa querer fazer uma maldade é só porque ela é intrinsicamente má.”

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