Os 13 policiais militares apontados como suspeitos de ocultarem o corpo do ajudante de pedreiro Amarildo, desaparecido em julho de 2013, tiveram seus processos arquivados pela Justiça do Rio de Janeiro em abril deste ano, de acordo com matéria do G1 de 13 de junho de 2019. Os PMs foram acusados de terem retirado o corpo de Amarildo da Rocinha em uma viatura do Bope, após ser levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora da comunidade. Ele era suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas.
A justiça constatou que Amarildo Dias de Souza foi torturado e morto por policiais militares, mas seu corpo nunca apareceu. Após quatro anos, o MP-RJ declarou que a investigação não avançou. Em junho de 2015, imagens do Jornal Nacional mostraram um volume na caçamba de uma das camionetes do Bope, que seria compatível com um cadáver, segundo a análise de peritos do MP-RJ. O exame atento das imagens com recursos tecnológicos aprimorados mostrou que o volume não exista em nenhuma outra viatura do Bope no local, descartando a possibilidade de se tratar de algum equipamento de uso da polícia. Mas quatro anos depois, a justiça alega não ter prova de que o suposto volume seria de Amarildo, o que fez a promotora Carmem Eliza Bastos de Carvalho pedir o arquivamento do caso, descartando outras provas como exames de DNA feitos com o sangue verificado na caçamba, considerado compatível com os parentes de Amarildo.
Sem corpo, sem responsáveis e sem justiça a população pobre que segue desamparada e esmagada por este recurso da burguesia, que serve somente para protegê-los e aos seus interesses, contra o povo. O escândalo do caso Amarildo mostra o quanto a Justiça não se intimida em proteger a polícia como mecanismo de repressão, executando a política de terror nos bairros pobres e operários.