Os banqueiros imperialistas estão numa campanha sistemática com o objetivo de pressionar o governo golpista de Bolsonaro para aumentar, ainda mais, os ataques aos trabalhadores e a população em geral.
Para a multinacional do grupo financeiro Goldman Sachs, as “incertezas com situação fiscal mina crescimento do país” (site UOL 26/10/2020)
Para os especuladores financeiros o “governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) precisa começar a pagar as promessas de reformas que fez para resolver a inquietação em torno da solvência fiscal do Brasil, que mina as perspectivas de crescimento, na avaliação do economista-chefe do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos” (idem)
Em todo o planeta o sistema capitalista enfrenta uma crise descomunal. Esta não atinge apenas os países atrasados (submetidos a uma contínua miséria e opressão pelas grandes potências imperialistas), mas, desta feita, encontram-se instalada também nos principais países capitalistas. A pandemia do novo coronavírus, que teve o seu começo em março deste anos, apenas fez acentuar a crise que vem se aprofundando desde a década de 1970, principalmente nos anos de 1973/1974, com o fim do regime Bretton Woods, crise do petróleo, passando pela falências dos mercados financeiros no mundo globalizado de 2008, que provocou a destruição dos ativos financeiros.
O governo Bolsonaro, nascido de um amplo acordo entre os diversos setores do grande capital nacional e internacional através de um golpe de Estado, vive, após um pouco mais de 600 dias de existência, uma crise gigantesca. Nesse sentido os banqueiros procuram enfrentar a crise de produtividade e rendimento do capitalismo através de uma política que aprofunde a captura dos recursos públicos e o aumento da exploração sobre os trabalhadores com o fim dos direitos trabalhistas, terceirização, teto dos gastos e capitalização com a liquidação dos ativos públicos através das privatizações.
Para pagar a dívida interna e externa aos banqueiros e especuladores financeiros nacionais e internacionais, o governo aprofunda os corte nos gastos públicos com serviços essenciais para a população.
Apenas neste ano, em plena pandemia do coronavírus, o governo concedeu aos banqueiros R$ 1,2 trilhão. Enquanto o governo faz a festa dos banqueiros distribuindo dinheiro de impostos aos bancos, são distribuídos a conta-gotas os recursos para combater a pandemia do coronavírus, que já ceifou a vida de mais de 155 mil pessoas, ao mesmo tempo em que e fome caminha para atingir mais de 40 milhões de brasileiros, com o fim do auxílio emergencial, como afirmou recentemente o ex-presidente da FAO/ONU.
A crise capitalista, em pleno desenvolvimento, vem escalando rapidamente. A retração econômica agrava todos os pontos sensíveis da economia brasileira: dívida pública, evasão de capitais, recessão, etc.
A política dos banqueiros de pressão ao governo para enfrentar a crise é clara: usar os poucos recursos econômicos disponíveis para se salvarem, ao mesmo tempo em que acentuam o ataque às já precárias condições de vida da população.