Desde o fim de 2014, quando Dilma Rousseff venceu novamente as eleições presidenciais, a direita iniciou uma campanha bilionária para tentar tomar o controle do regime político. Por mais que a campanha fosse completamente artificial, uma vez que não contava com respaldo popular algum, o movimento golpista chegou a colocar alguns milhares de pessoas na rua, convocadas sobretudo pela Rede Globo e pela FIESP.
Na medida em que as intenções dos golpistas foram ficando claras, a reação popular ao golpe foi tomando forma. Em pouco tempo, os militantes anti-golpe desmascararam a direita coxinha, mostrando que a esmagadora maioria da população não concordava minimamente com o programa devastador que o imperialismo queria impor ao Brasil.
Ao perceber o apelo popular que o movimento contra o golpe estava tomando, alguns políticos carreiristas decidiram se colocar contra o impeachment, na esperança de conseguir “pegar carona” na popularidade dos governos do PT. Certamente, o carreirista que mais utilizou a campanha contra o golpe para se projetar foi o cearense Ciro Gomes.
Os discursos inflamados de Ciro Gomes, no início, chegaram a enganar muitas pessoas, que pensaram ser este um político “de esquerda”. No entanto, após a campanha de setores sérios da imprensa de esquerda – em especial o Diário Causa Operária e a Causa Operária TV – e as próprias práticas contraditórias de Ciro Gomes, sua farsa foi sendo desmascarada.
Na última semana, Ciro Gomes deu uma espécie de “golpe de misericórdia” na teoria de que ele seria um candidato progressista à Presidência da República. Em entrevista à imprensa burguesa, Ciro Gomes afirmou que Benjamin Steinbruch teria o “perfil” para ser seu vice-presidente.
A enorme contradição entre apontar Steinbruch como vice-presidente e se declarar um candidato progressista é que Steinbruch é nada menos que um dos diretores da FIESP. Ou seja, Steinbruch é um dos homens por trás da campanha do “pato da FIESP”, que se tornou o símbolo dos coxinhatos em defesa do impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Ciro Gomes já demonstrou que não vai enfrentar o golpe de Estado, mas sim colaborar diretamente com s donos do golpe. Por isso, a única alternativa para os trabalhadores que estão sendo massacrados pelo imperialismo é lutar contra os golpistas, exigindo a liberdade para o ex-presidente Lula, a anulação de todas as medidas do governo golpista e a eleição de Lula para presidente.