Se ainda havia alguma dúvida sobre a explosividade e o caráter absolutamente drástico e catastrófico da crise atual do sistema capitalista mundial, os acontecimentos dos últimos dez dias que sacudiram a economia mundial (queda no preço do petróleo; crash das bolsas nas principais praças financeiras; expansão do coronavírus, com a evolução da epidemia para pandemia mundial) expõem às claras a natureza trágica e cataclísmica da etapa atual do capitalismo, marcado, em todas as suas formas, pela mais completa incapacidade em oferecer qualquer mínima perspectiva de saída progressista para os problemas que afligem a humanidade, do mais simples ao mais complexo, do mais complexo ao mais simples.
O fato é que desde o último forte abalo do sistema, ocorrido em 2008 (as crises do capitalismo são cíclicas, com maior ou menor intensidade e intervalo de tempo), nunca houve uma recuperação plena do paciente histórico, que foi submetido a uma terapia intensiva e deixou a UTI, mas nunca foi capaz de receber alta da enfermaria, permanecendo ali como um enfermo moribundo, ora melhorando, ora piorando, manifestando tão somente espasmos de cura, mas sem capacidade plena de vida, apenas de uma mórbida sobrevivência.
Este é o diagnóstico mórbido, sombrio e lúgubre do momento atual do modo de produção que já foi o mais revolucionário da história, do ponto de vista do desenvolvimento das forças produtivas, mas que na etapa presente não cumpre qualquer mínimo papel que represente a ideia de bem estar social para a humanidade; ao contrário, o capitalismo da época de hoje é sinônimo de crises, tragédias, retrocesso econômico, guerras, destruição ambiental, massacres, fome, miséria, epidemias e mortes.
Não só todos os elementos potencialmente explosivos e destrutivos estão presentes na etapa atual do capitalismo, como estes já se encontram em plena manifestação, ameaçando arrastar para o precipício toda a humanidade e o planeta. É isto o que o sistema alicerçado na propriedade privada, na exploração da força de trabalho e na acumulação de capital tem a oferecer, vale dizer, nada de positivo para a sociedade humana, não obstante todos os maiores progressos alcançados pela técnica e pelo desenvolvimento cientifico estejam aí para serem colocados a serviço do bem estar social de todos os povos.
O que não pode ser desconhecido é que todos esses imensos recursos, toda esta enorme produção gerada pelo trabalho social de milhões de almas humanas ao redor do mundo é apropriada cada vez mais por uma ínfima minoria, um punhado de miseráveis capitalistas que tomam para si todo o resultado do trabalho alheio. Com os meios de produção (fábricas, indústrias, terra, etc.) concentrado nas mãos da burguesia, cada vez mais o capitalismo vai mostrando sua natureza anti-humana, predatória, despótica, anti-democrátíca, totalitária e fascista.
Toda esta enorme hecatombe econômica e social que neste momento emerge sob a forma de crise nos mercados e praças financeiras de todos os principais países imperialistas é não só o sintoma da enfermidade aguda que atinge mais uma vez o capitalismo, como desta vez o paciente dá mostras de debilidade terminal. Cabe ao proletariado mundial atuar revolucionariamente para desligar os tubos que mantém em estado vegetativo o natimorto paciente que há mais de cento e cinquenta anos, desde o ingresso em sua fase imperialista, encontra-se na UTI da história. O fator decisivo na conjuntura mundial é o desenvolvimento do fator subjetivo, vale dizer, a luta pela construção do partido mundial da revolução, apoiado no programa marxista e na reconstrução da IV Internacional.