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O ato de 1º de Maio foi uma tentativa de articulação da esquerda pequeno-burguesa com os golpistas

Os atos de 1 de maio deste ano deixaram claro a tentativa da esquerda pequena-burguesa de buscar um acordo por cima com os setores golpistas, o chamado “centrão”. Este fato explica o por quê os atos de 1 de maio deste terem sido um fracasso completo no avanço da luta contra o governo ilegítimo de Bolsonaro e pela liberdade de Lula. Um primeiro fator que revelou a política de acordo foi a presença no ato de São Paulo, de ninguém mais, ninguém menos, Paulinho da Força. Deputado federal pelo Soloidariedade, Paulinho da Força é um golpista de marca maior, foi um dos principais responsáveis pela derrubada de Dilma Rousseff, em 2016, articulando o golpe no interior do Congresso.

Ou seja, o que deveria ser uma mobilização abertamente contra figuras golpistas, como Paulinho da Força, acabou cedendo terreno para tais elementos. Um segundo fator que revelou a política de acordo com aqueles que deram o golpe, foi a baixíssima mobilização a nível nacional. Apesar dos organizadores do ato em São Paulo declararem que teriam se reunido mais de 200 mil pessoas no vale do Anhagabaú, em todo o país, sendo muito generoso, se reuniram no máximo 40 mil pessoas.

Um terceiro fator foi o caráter despolitizado das mobilizações. Em São Paulo, por exemplo, foram contratados artistas bolsonaristas para “animarem” o ato. Artistas, cantores e compositores de esquerda, com uma posição política mais definida, forma negligenciados.

A política de “unidade” das centrais, saudada por determinados setores de esquerda como sendo algo positivo, também deixou claro a tentatva de conciliação com os golpistas. Com excessão da CUT, as outras centrais sindicais são meramente de fechadas, não mobilizam ninguém na prática, quando não atuam abertamente favoráveis à direita, como é o caso da própria Força Sindical. Devido ao ataque generalizado da direita contra todas as organizações sindicais, até mesmo as centrais patronais foram atingidas. O ataque da burguesia, por exemplo, impediu que a Força Sindical realizasse o seu tradicional ato de 1 de maio patronal, com apoio aberto da FIESP, da Bovespa, sorteio de carros, etc. Fato é que muito longe de “somar”, a unidade com as centrais patronais contribui apenas para enfraquecer e despolitizar a mobilização. Nos atos  de 1 de maio, por exemplo, com excessão do Partido da Causa Operária e setores da esquerda do PT, como a atual presidente do partido Gleisi Hoffmann, foram praticamente nulas as menções nos discurso da necessidade de se lutar pela liberdade do ex-presidente Lula, e pela derrubada do governo golpista.

As intervenções de figuras de destaque da esquerda pequeno-burguesa também explicitaram a tentativa de unidade com os golpistas. Em sua fala na manifestação, Guilherme Boulos, do PSOL, “lamentou” a ausência no ato de Ciro Gomes, do PDT. A máscara esquerdista de Ciro Gomes caiu por terra no último período e ele se revelou um golpista de marca maior. Ciro Gomes atacou abertamente o PT,defendeu a prisão de Lula, chamou a direção do partido de “quadrilha”, defendeu o golpe contra Maduro na Venezuela, ou seja, é um direitista declarado.

A fala de Boulos, portanto, juntamente com os demais fatores, evidenciaram a tentativa de criar a “unidade” da esquerda pequeno-burguesa com setores da direita golpista tradicional contra a extrema-direita bolsonarista, os mesmos que foram os principais responsáveis pelo golpe de 2016. esta política de “acordo por cima” se dá em detrimento de qualquer mobilização efetiva nas ruas contra o governo Bolsonaro, o golpe de estado e pela liberdade de Lula.

Diante deste cenário é necessário impulsionar uma luta independente da política levada a diante pelas direções pequeno-burguesas. É preciso impulsionar os Comitês de Luta Contra o Golpe, convocar e organizar as caravanas para a II Conferência Nacional Aberta de Luta Contra o Golpe que será convocada neste mês de maio.

 

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