Hoje, 25 de julho, completa-se uma semana desde o ataque hacker ao Diário Causa Operária (DCO). Apesar dos esforços dos militantes responsáveis pela operação técnica do jornal, os invasores conseguiram apagar 4 mil artigos do maior portal de notícias da esquerda partidária nacional, o que corresponde ao trabalho de, aproximadamente, 4 meses. Cerca de 500 militantes colaboraram para o acervo que foi destruído. Pelo que temos notícia, essa foi a invasão de maior envergadura operada contra um partido da esquerda brasileira.
Apesar de a magnitude do ataque ter sido a mais volumosa, esse não foi, nem de longe, o único ataque que a esquerda recebeu por meio da internet. Essa ação vem se intensificando desde o golpe de 2016, de modo que, durante as eleições de 2018, chamou bastante atenção o fato de que a página “Mulheres contra Bolsonaro” foi transformada, por meio da ação de hackers, em “Mulheres a favor de Bolsonaro”. Não há dúvidas de que se trata, portanto, de uma investida da extrema-direita.
A importância do ataque não se dá apenas por causa da envergadura. O Diário Causa Operária (DCO) é parte do conjunto da imprensa do Partido da Causa Operária (PCO), imprensa essa que tem se destacado por uma série de feitos recentes e pelo seu caráter combativo. Há menos de um mês, a Causa Operária TV (COTV) se tornou a primeira TV da esquerda brasileira a ter um sinal 24 horas. O Jornal Causa Operária (JCO), por sua vez, já se consolidou como o único jornal semanal impresso de toda a esquerda brasileira. E o DCO, com dezenas de artigos diários, foi o único que denunciou, desde o início da pandemia de coronavírus, a operação dos capitalistas para descontar sobre as costas do povo todos os danos da crise que estava por vir. O DCO também tem se destacado como o maior instrumento de mobilização para os atos de rua pelo Fora Bolsonaro durante a pandemia de coronavírus e como uma pedra no sapato daqueles que querem implementar a política de “frente ampla”.
O ataque ao DCO, portanto, não é um ataque pessoal contra o Partido da Causa Operária, nem diz respeito a interesses circunstanciais na luta política. Trata-se, portanto, de um ataque contra as tendências mais combativas da população, que procuram denunciar os esquemas criminosos dos golpistas e mobilizar o povo para pôr abaixo o governo Bolsonaro. Nesse sentido, não podemos concluir que o objetivo do ataque hacker seja outro que não o de esmagar toda e qualquer resistência ao golpe de Estado de 2016 para que o regime político consiga avançar para a próxima etapa.
A burguesia já privatizou a água, acabou com a aposentadoria, demitiu mais de um milhão de trabalhadores apenas na pandemia de coronavírus e praticamente destruiu uma das maiores empresas petrolíferas do planeta. Isso, no entanto, não corresponde, nem de longe, a todos os planos do imperialismo. Diante da crise capitalista, que ainda não sentiu todos os efeitos da pandemia, a burguesia partirá para uma política de massacre total do povo brasileiro. O ataque ao DCO, portanto, é uma demonstração de até onde a direita está disposta a ir para alcançar seus objetivos.