Como sempre, o Banco Mundial vem meter o bedelho onde não foi chamado. Cheio de dar pitacos, a instituição vive a empurrar para verdadeiras ciladas os países que aceitam suas “dicas” e agora, a partir de um diagnóstico tirado de alguma análise inexistente ou, no mínimo, bem deturpada, apresentada na última quarta-feira (9), o BM recomendou que o governo brasileiro faça uma reforma administrativa, a fim de levar os gastos com servidores a um nível que seja sustentável. Resumindo, o Banco Mundial quer que o salário dos servidores seja reduzido ao nível do salário do setor privado, além de criar obstáculos à progressão de carreira.
Não dá para dizer que o Banco Mundial não saiba como são as condições trabalhistas no setor privado, que costumam oferecer pouquíssimo ou quase nenhum benefícios, salários baixos, estabilidade zero e plano carreira bem limitado, para não dizer inexistente. Aliás, o BM tem um histórico de afundar em situações calamitosas os países que seguem à risca sua política neoliberal de destruir economias.
Desde as últimas eleições, que colocaram na presidência um homem fascista que reúne todas as características de uma pessoa de péssima qualidade, diversos “especialistas” tirados do bolso de algum banqueiro aparecem dizendo que é necessário cortar gastos ali, tirar verba daqui, que o dólar vai diminuir, o preço do gás vai baixar, mas nenhum desses diagnósticos deu bingo. E não será diferente com o diagnóstico do BM, que afirmou que o Brasil tem agora a possibilidade de abrir caminho para uma maior eficiência no gasto público, contanto que corte os gastos com os servidores.
O que parece não estar claro para o Banco Mundial, é que o Brasil não está – ou pelo menos não estava até antes do Bolsonaro adentrar e pisotear o País – quebrado, a previdência não está quebrada e não há nada de errado com a situação dos servidores públicos. O BM usa premissas falsas para influenciar decisões equivocadas nos países pobres e, assim, eles se endividam cada vez mais e depois acabam devendo a alma a esse tipo de instituição. Os gastos, inclusive, são as coisas que menos acontecem no governo dos golpistas, muito pelo contrário, o que mais se vê é uma onda de cortes propositais para prejudicar a classe trabalhadora.
A política utilizada pelos neoliberais que representam o BM só faz sentido para quem é rico. Para eles, o certo é diminuir o salário dos servidores públicos até os minguados salários do setor privado, ao invés de fazer justamente o contrário, aumentar o salário mínimo e igualar essas receitas. Aliás, muitas dessas empresas privadas, numa lógica fora do capitalismo, deveriam ser estatizadas para garantir ao trabalhador sua estabilidade de emprego. O estudo do Banco Mundial ainda reforça que a estrutura salarial deva se basear no desempenho do trabalhador, algo que por si só é absurdo, pois leva o trabalhador à exaustão, uma vez que precisa produzir cada vez mais para receber do salário minimamente suficiente.
O Brasil não precisa dos pitacos que são verdadeiras armadilhas do Banco Mundial, nem do FMI, nem de nenhuma dessas instituições que representam genuinamente o capitalismo. O que precisa é tirar os golpistas do poder e que tomaram o País de assalto, abrindo as portas para o capital estrangeiro entrar e fazer o que quiser, acabando com as empresas estatais, destruindo a indústria nacional e as riquezas naturais do País. Fora Banco Mundial e fora imperialismo do Brasil!