As eleições norte-americanas se sucedem em meio a uma enorme polarização política, que se expressa de forma muito manipulada e extremamente distorcida no pleito.
A disputa se dá entre duas figuras da direita do país, um da direita tradicional norte-americana e outro da extrema-direita. Joe Biden, dos Democratas, e Donald Trump, do Republicanos. Que são os dois partidos do regime político do imperialismo norte-americano, que de forma antidemocrática alternam o poder político do país. Nesse ano as eleições estão sendo marcadas por uma profunda crise, uma degeneração desse regime político. Acontecimentos como o alto índice de COVID-19, sendo o país que mais tem taxas de infectados e mortalidade do mundo, as manifestações de massas contra o aparato repressivo e a própria eleição são sinais claros dessa desestabilidade do regime político.
Nessas eleições, extremamente fraudadas, o candidato preferencial do imperialismo norte-americano é Joe Biden. É ele que representa, nesse momento, o programa do imperialismo norte-americano diante do avanço da crise capitalista. Basta ver um pouco do que ele já fala, em campanha, das relações internacionais que ele pretende ter com os países de capitalismo atrasado.
Sobre a Venezuela, por exemplo, ele se mostra um fervoroso adepto da invasão do país, para derrubar o governo chavista e legítimo da Nícolas Maduro e impor uma devastação do país, sendo favorável desde já a intensificação do bloqueio econômico. Sua vice, Kamala Herris, tem a mesma opinião sobre Cuba, dizendo sinteticamente que: “o bloqueio é a Lei”. Isto é, que matar crianças, idosos e trabalhadores de fome, varrer um país na escassez, é irremediável. Até o Brasil não passou longe das ameaças de Biden, prometendo impor sanções ao povo brasileiro pelas queimadas na Amazônia, provocada pelos latifundiários que esse imperialismo apoia; isto que o governo Bolsonaro é um completo lacaio dos norte-americanos.
Não há dúvidas que com essa política de invasões, bombardeios, governos de ocupações, em suma, uma política belicista, de que estamos diante do favorito do imperialismo norte-americano. Esse favorito irá aprofundar a exploração do próprio povo norte-americano como dos povos dos países atrasados.
O papel de Trump nas eleições norte-americanas é o mesmo de um grão de areia em uma engrenagem. Um fator de desestabilização do regime político, tal qual o grão danifica a máquina. Trump passa longe de ser o favorito do imperialismo justamente por não integrar no seu governo o programa, basta ver seus acordos com países que antes seria impensável do imperialismo norte-americano ter qualquer acordo: Coreia do Norte, Rússia, por exemplo. Como Trump representa uma burguesia mais interna dos Estados Unidos, ele tem uma política de acordo com os países atrasados e evita a todo custo uma política belicista. Outro caso foi a crise do governo norte-americano com a pressão das Forças Armadas e dos banqueiros para não retirar as tropas da Síria, enquanto o próprio Donald Trump se mostrou favorável a retirada.
O fato de representar a extrema-direita fascista, também é um fator de desestabilização. Nessas eleições, Trump convoca a extrema-direita a denunciar fraude nas eleições e agita no sentido de mobilizar até mesmo pessoas armadas caso tenha uma derrota de sua parte. O fato da polícia norte-americana ter cercado a Trump Tower para evitar um ponto de encontro dos bandos fascistas é sinal claro da desestabilização que esse cenário está provocando.
O aprofundamento da crise, o impasse que se segue, é o cenário mais favorável para os trabalhadores tanto norte-americanos como os trabalhadores do mundo todo. O cenário mais desfavorável seria o que almeja a esquerda: uma vitória folgada de Biden e a estabilidade do regime opressor do imperialismo mundial.
É necessário, nos Estados Unidos, lutar pela organização dos trabalhadores de forma independente da burguesia, o que inclui o lançamento de um partido operário e revolucionário, que intervenha na situação política e denuncie a frente ampla formada em torno do imperialismo norte-americano.