A burguesia não perde tempo. Para a direita, a ideologia é o que menos importa. Na realidade, a ideologia só serve para justificar uma política cujo único fim é extrair o sangue do povo para garantir seus lucros.
Por isso que nos últimos tempos, a burguesia tem feito muita propaganda do “antifascismo”. Aproveitaram a impopularidade mais do que legítima da extrema-direita para benefício próprio. E assim, todo o tipo de selvageria política feita pela burguesia leva o selo de “luta contra o fascismo”.
Trata-se de mais um entre tanto cinismo da direita. De repente, por meio de uma operação de propaganda e manobras políticas, os maiores fascistas, os verdadeiros pais do fascismo no mundo, se transformam em antifascistas.
Toda essa manipulação, também já deixou de ser novidade, conta com o apoio da esquerda pequeno-burguesa que, orientada pelo que dizem os grandes monopólios de comunicação capitalistas, começou a apresentar os maiores responsáveis pela desgraça no mundo como exemplos de antifascismo.
No Brasil, tal operação está se dando nesse momento nas eleições da Câmara dos Deputados. Primeiro a imprensa fez a propaganda e a direita golpista tradicional fez suas manobras e convenceu a esquerda parlamentar a ingressar num bloco liderado pelos maiores canalhas da política nacional. E esses canalhas, aqueles que protagonizaram o espetáculo grotesco na votação do golpe contra Dilma em 2016, da noite para o dia, se transformaram não apenas em oposicionistas como em lutadores contra o fascismo.
Os órgãos da esquerda, para justificar uma política indefensável, justificam a aliança com essa direita como uma grande necessidade de constituir uma frente ampla contra o fascismo. Uma farsa completa!
Nos Estados Unidos, a esquerda pequeno-burguesa defende toda e qualquer medida – inclusive fascista – contra Trump. Para isso, dão carta branca a Joe Biden e sua turma de genocidas. É o que está acontecendo após a manifestação que invadiu o Congresso contra o resultado eleitoral.
Joe Biden e seus asseclas também se tornaram antifascistas. Os que jogam bombas na cabeça de populações inteiras, promovem golpes – como fizeram no Brasil – e são responsáveis pela política econômica que joga milhões de pessoas na miséria são apresentados como antifascistas.
Trump é o pretexto para o apoio ao imperialismo nos Estados Unidos. Bolsonaro é o pretexto para a aliança com a direita golpista no Brasil.
Toda essa farsa política tem na realidade uma única função que é dar sustentação ao regime político capitalista no mundo todo. A esquerda caiu no golpe e se tornou base dessa política imperialista.
O regime político no mundo todo está em crise. O aparecimento de elementos da extrema-direita como Bolsonaro e Trump são sintomas dessa crise. Eles são produtos da política que foi levada adiante pelos setores do imperialismo que resultou na miséria no mundo todo. Os donos do mundo estão perdendo o controle da situação, a extrema-direita é ao mesmo tempo um perigo para o povo mas nesse momento é antes de tudo um fator de desestabilização política.
Para tentar retomar o controle da situação, a direita conta com o apoio da esquerda pequeno-burguesa. A farsa do antifascismo está servindo como uma política de dar estabilidade para a direita e o imperialismo continuar a colocar em prática contra o mundo sua política genocida.
Ao se recusar a levar adiante uma política independente, a esquerda está contribuindo para a dar estabilidade ao regime imperialista no mundo todo.