O 1º de Maio, Dia Internacional de Luta da Classe Trabalhadora, vai se dar em meio a uma brutal ofensiva do grande capital e seu governo ilegítimo contra os explorados do campo e da cidade.
A situação se verifica em todo o Mundo, por conta do agravamento da crise histórica do capitalismo e da “saída” do imperialismo que é expropriar os trabalhadores e os países mais pobres para tentar preservar os lucros dos grandes monopólios capitalistas, cada vez mais parasitários do Estado, ou seja, do roubo dos recursos públicos oriundos dos impostos e outras tarifas públicas (cada vez mais pesados) pagos pelos trabalhadores.
No Brasil, essa ofensiva se vê profundamente intensificada, desde o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, dando lugar, primeiro, ao governo golpista de Michel Temer – que aprovou a reforma trabalhista e o congelamento dos gastos públicos por 20 anos, atingindo toda a classe trabalhadora -, e, agora, ao governo ilegítimo de Jair Bolsonaro, eleito graças à condenação e prisão fraudulenta da maior liderança popular do País, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Intensificando a política do governo anterior, Bolsonaro está levando adiante a política de destruição da economia nacional, atingindo todos os setores, do agronegócio à indústria petrolífera, da construção civil, à “indústria” de entretenimento, fazendo o País bater recordes de desemprego, sofre uma nova “epidemia” fome e a miséria, além de todo tipo de retrocesso nas condições de vida e trabalho da imensa maioria da população.
Nestas condições, mais do que nunca, o 1º de Maio, precisa ser um dia de luta de mobilização de união dos trabalhadores contra os seus carrascos, o regime golpista, Bolsonaro e todos os golpistas. Trata-se de usar a data para impulsionar a necessária mobilização que seja capaz de derrotar os golpistas e sua ofensiva, destacadamente, a greve geral contra os ataques do governo, como o roubo das aposentadorias (disfarçado de “reforma” da Previdência), para libertar Lula e todos os presos políticos e colocar para fora Bolsonaro e todos os golpistas.
Para isso é preciso superar a politica de setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa que defendem a politica de colaboração e/ou capitulação diante do regime golpista, defendendo – entre outras coisas – o apoio à “reforma” da Previdência e a “estabilização” do governo Bolsonaro, o abandono (ou sabotagem) de qualquer mobilização pela liberdade de Lula e que o povo brasileiro seja condenado a esperar pelas próximas eleições, sob a ilusão de que aí se poderia derrotar a direita e seus ataques.
É preciso combater também e ultrapassar a politica de certos setores da burocracia sindical que, em nome da unidade, de todo o sindicalismo (inclusive com setores favoráveis à prisão de Lula, que apoiaram a derrubada de Dilma, a reforma trabalhista etc.) aceitam imposições da direita que visam transformar o 1º de Maio em um dia festivo (quando nada há para comemorar!), fazendo dos atos desse dia um verdadeiros “showmícios”, com artistas mercenários (muitos dos quais apoiaram e apoiam o fascista Bolsonaro), semelhantes aos atos realizados nos anos anteriores pela Força Sindical (organização criada e controlada pelos patrões da FIESP), quando realizavam sorteios fajutos de carros e apartamentos – para atrair público – e recebiam como homenageados Aécio Neves, Geraldo Alckmin, Eduardo Cunha e outros golpistas.
Os sindicalistas da CUT, dos sindicatos e organizações de luta dos trabalhadores da cidade e do campo, o ativismo classista dos partidos de esquerda que lutaram contra o golpe, dos Comitês de Luta Contra o Golpe, Pela Liberdade de Lula e por Lula Livre, precisam se opor à essa política. Rejeitar também o ultraje com os trabalhadores e a luta histórica dos trabalhadores que é a tentativa de setores reacionários da esquerda que querem fazer do 1º de Maio um dia de campanha eleitoral, para os defensores do plano de frente ampla com a burguesia, com os golpistas, com os inimigos dos trabalhadores.
Em oposição aos artistas reacionários, bolsonaristas, dar voz no 1º de Maio aos que cantaram e lutaram contra o golpe, junto com os trabalhadores. No lugar de “palanque eleitoral”, fazer do 1º de Maio uma tribuna de luta pelas reivindicações dos trabalhadores, da juventude e de todos os explorados e de suas organizações de luta. Contra a politica de capitulação diante do golpe e apoio às reformas, fazer do 1º de Maio uma grande assembléia geral dos trabalhadores para aprovar a greve geral e os eixos fundamentais que unifiquem a classe trabalhadora contra o regime golpista: Liberdade para Lula e Fora Bolsonaro!
No Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores, defender também a unidade internacional da classe operária e de todos os trabalhadores contra o imperialismo, levantando as bandeiras de luta contra o golpe de Estado na Venezuela e Fora o imperialismo da América Latina, entre outras.
Com essa politica independente, classista e revolucionária, pintar de vermelho os atos do 1º de Maio, levar para as ruas faixas e bandeiras de luta dos trabalhadores, impedir que a data seja usurpada pelos que não lutam e nunca lutaram com os trabalhadores.