A data internacional dos trabalhadores foi instituída no ano de 1886 quando milhares de trabalhadores foram às ruas de Chicago (EUA), no dia 1º de maio daquele ano, para protestar contra as desumanas condições de trabalho a que estavam submetidos e exigir a redução da jornada de 13 para 8 horas diárias. Naquele dia, as manifestações movimentaram a cidade, causando a indignação dos poderosos. A repressão ao movimento foi dura, com prisões, pessoas feridas e até mesmo trabalhadores mortos nos confrontos entre os operários e a polícia.
Foi em memória dos mártires de Chicago, que tombaram alvejados pelos tiros ordenados pelos capitalistas exploradores, que se instituiu e consolidou, em todo o mundo, o dia 1º de Maio como o Dia Mundial do Trabalhador.
Portanto, à luz desses fatos e acontecimentos históricos, a data tem um caráter de classe claro e inconfundível, que sempre foi o de marcar a luta internacional da classe operária e dos trabalhadores em defesa dos seus direitos, reivindicações e conquistas, contra os ataques e a ofensiva do capital e dos exploradores burgueses.
No entanto, verifica-se, não raro, tentativas de ultrajar o caráter classista e de luta da data internacional dos trabalhadores. Elementos que se colocam como representantes da classe operária, mas que nunca foram mais que abjetos traidores aliados dos patrões, se utilizam de alguma influência que ainda têm junto aos trabalhadores e suas organizações para descaracterizar o sentido original do Primeiro de Maio, que é justamente a delimitação clara em relação aos patrões, aos capitalistas, seus partidos e representantes.
Nesse sentido, é inaceitável e merece total repúdio e condenação qualquer mínima intenção que vilipendie a natureza classista da data internacional dos trabalhadores, principalmente os atos e manifestações que tolerem a participação e a presença de representantes capitalistas, de elementos burgueses ou seus prepostos. No Brasil, neste ano de 2020, no momento de crise profunda do regime burguês-golpista, agravada pelo avanço e disseminação descontrolada da epidemia do coronavírus, onde o Estado vem adotando uma política de genocídio contra a população trabalhadora pobre e explorada, a CUT, pressionada pelos pelegos patronais da Força Sindical, além de não convocar nenhum ato presencial, convidou para o seu “palanque virtual” a fina flor do que de pior existe na política nacional, os maiores facínoras, inimigos e verdugos dos trabalhadores, aqueles que sempre golpearam e atacaram duramente as condições de vida das massas populares.
Não é cabível, e menos ainda aceitável, sob qualquer pretexto, que organizações criadas pelos trabalhadores, suas mobilizações e lutas estejam a serviço de interesses patronais ou de traidores representantes destes no interior do movimento operário. O Primeiro de Maio é, portanto, a data histórica consagrada aos mártires de Chicago, aos trabalhadores e à classe operária de todo o mundo, e deve ser exaltada como o momento de luta e enfrentamento contra os capitalistas, os patrões e seus representantes pelegos encastelados nas organizações da classe operária.