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Negritude pigmentada

Número de candidatos negros não expressa um avanço da luta

A hipótese sobre o crescimento das candidaturas negras na doutrina da política branca soa muitas vezes como submissão racial

De acordo com os controles do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de candidaturas negras para eleição municipal cresceu abruptamente. Até ontem, segunda-feira (28), o número de postulantes do sexo feminino, assim como se autodeclaram, cresceu mais de 100%, quando comparado com o pleito de 2016, sobretudo, quando comparado com os que se declaram brancos.

Esta hipótese de crescimento representa mais uma manobra maquiavélica do racismo estrutural que deve ser avaliada. A quantidade de candidaturas negras seria um ganho se fossem representativas para luta negra e em partidos genuinamente negros ou partidos que pautassem as lutas dos negros na diáspora. Portanto, é necessário criticar, pois os partidos políticos brancos são oportunistas e utilizam determinados discursos de apoio às minorias apenas para realizar seus interesses políticos, que muitas vezes são contrários historicamente às pautas das lutas dos negros.

A quantidade de postulantes a candidaturas negras tem relação velada com o estabelecimento das cotas de gêneros a partir dos anos 90, reforçada com a baderna da distribuição da verba de campanha nas eleições de 2018. Este efeito foi devidamente evidenciado pela mídia golpista, mostrando as sujeiras do Partido Social Liberal (PSL), ex-partido que levou ao poder o Presidente da Republica Golpista Sr, Jair Bolsonaro.

Conforme estatística do TSE até ontem (28), pardos e pretos se autodeclaram, respectivamente, 39,42% e 10,45%, perfazendo um total de 49,87%. Ao passo que os candidatos autodeclarados brancos representavam 47,77%. Os percentuais exibem que tem mais negros que brancos. Qual a explicação para este fenômeno eleitoral no país racista como o Brasil?

O ponto central da questão racial explicitamente aberta nesta eleição é as motivações das autodeclarações, que pigmentam muitos oportunistas e despigmentam negros que não assumem sua identidade racial. A eleição de 2020 é o apêndice que mostra o quanto os negros são manobrados “levianamente” pela estrutura racista que se estabeleceu há mais de quatro séculos na república brasileira.

O pano de fundo deste fenômeno eleitoral tem como ponto de partida a desagregação dos movimentos negros, que na década de 70 pautavam a tomada de poder do povo preto, motivada pelas lutas dos negros. O que vemos nesta baderna eleitoral é a insurgência de candidatos que saem das cinzas para se autodeclararem negros com um discurso de moderação, tentando restabelecer os equívocos das teorias da democracia racial postulada por Gilberto Freire. As lutas negras são esquecidas e surgem demagogos que reforçam mais ainda a desigualdade e os maus-tratos ao povo negro favelado e oprimido.

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