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Programa dos golpistas

Empregos vs Direitos: cresce nº de trabalhadores informais e por conta

Pesquisa mostra como o golpe de Estado, expresso na política de Temer e Bolsonaro, aumentou o desemprego e empurrou os trabalhadores para a informalidade

Em janeiro o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) publicou a PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) com o título “Principais destaques da evolução do mercado de trabalho no Brasil 2012-2018.”

Os dados da pesquisa mostram o governo tentando encobrir o desemprego através da propaganda de que há mais ocupados, quando na verdade são pessoas desempregadas fazendo bico para sobreviver. É uma catástrofe econômica, consequência do golpe de Estado no Brasil. Escancara que a política de Bolsonaro – que disse os trabalhadores terem de escolher entre empregos e direitos – é a continuação da política do governo Temer, um programa comum dos golpistas para o assalto de todo o povo brasileiro.

Rendimento e Massa de Rendimento

“O Rendimento médio real de todos os trabalhos habitualmente recebido pelas pessoas com rendimento de trabalho, foi estimado em 2.243 reais, apresentando estabilidade em relação a estimativa de 2017 (2.230 reais). Na comparação com 2012 foi registrado aumento de 5,1% nesta estimativa. Entretanto, em relação a 2014 o quadro foi de estabilidade.

Q 24: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua 2012-2018

A Massa de rendimento médio real de todos os trabalhos habitualmente recebido pelas pessoas com rendimento de trabalho, foi estimada em 200.954 bilhões de reais, ficando praticamente estável em relação a 2017. Na comparação com 2012 foi registrado avanço de 9,0% nesta estimativa. Entretanto, em relação a 2014 o quadro foi de estabilidade.” Afirma a pesquisa.

Q 28: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua 2012-2018

Ou seja, os golpistas derrubaram Dilma e desde então o rendimento médio dos trabalhadores e a massa desse rendimento total ficou congelada. “O aumento na ocupação não foi suficiente para aumentar a massa de rendimento, porque o emprego gerado foi voltado para postos de trabalho na área informal”, afirma o diretor-adjunto do IBGE, Cimar Azered.

População Desocupada. Como os golpistas estão aprofundando o desemprego

“A pesquisa mostrou que em quatro anos (de 2014 para 2018) o contingente de desocupados passou de 6,7 para 12,8 milhões (aumentou em 6,1 milhões), ou seja, quase dobrou (90,3%). Ressalta-se que 2014 foi o ano em que o mercado de trabalho brasileiro registrou os menores níveis de desocupação desde o início da série da pesquisa. No confronto do ano de 2018 com o ano anterior, verificou-se redução de 398 mil (-3,0%) nesta estimativa. A redução em 2018 interrompeu a trajetória de crescimento anual que ocorria na população desocupada desde 2015.

Q 22: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua 2012-2018

Em 2012, havia no Brasil 34,3 milhões de empregados do setor privado com carteira de trabalho assinada; em 2014 este contingente atingiu o patamar mais alto da série, 36,6 milhões. Quatro anos depois, 3,7 milhões de trabalhadores deixam de ter a carteira de trabalho assinada e o Brasil passa ter 32,9 milhões de trabalhadores nesta categoria.

Logo no início da implantação da PNAD Contínua foi notada um movimento de queda do emprego sem carteira de trabalho assinada no setor privado, fato este observado até 2015, quando foi registrada reversão da tendência de queda desta estimativa. O ano de 2018 foi encerrado com 11,2 milhões de empregados sem carteira de trabalho assinada, o maior valor da série. A comparação com 2014, quando essa categoria abarcava 10,4 milhões de trabalhadores, foi assinalada uma tendência de alta nesta estimativa.” (PNAD Contínua 2012-2018)

Os impactos da Lava Jato e o “combate à corrupção” na Construção Civil e na Indústria

“A Construção foi o grupamento que mais perdeu trabalhadores levando em conta a transição de 2017 (6,8 milhões) para 2018 (6,7 milhões), apresentando redução de 2,4%. Em sete anos este grupamento perdeu 798 mil trabalhadores.

A Indústria geral no Brasil fechou o ano de 2018 com 11,8 milhões de trabalhadores. Em sete anos sofreu redução em seu contingente de 1,3 milhão. Em relação a 2014, quando havia neste grupamento cerca de 13,2 milhões de trabalhadores, a queda foi ainda maior, 1,4 milhões.” (PNAD Contínua 2012-2018)

Q 19: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua 2012-2018

Carteira de trabalho verde e amarela: A “uberização” dos postos de trabalho e o impacto nas demais áreas

“No Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas havia, em 2018, 17,5 milhões de trabalhadores. Destaca-se que este é um dos poucos grupamentos que têm mantido certa estabilidade no contingente de trabalhadores, principalmente em função, da maior adequação à informalidade.

Estavam inseridos no grupamento do Transporte, armazenagem e correio, em 2018, cerca de 4,7 milhões de trabalhadores. Este grupamento tem apresentado elevações em seu contingente nos últimos anos que pode estar associada ao crescimento do número de ‘motoristas de aplicativo’.

No grupamento do Alojamento e alimentação estavam inseridos, em 2018, cerca de 5,3 milhões de trabalhadores. Foi um dos poucos grupamentos a apresentar avanço expressivo nos últimos 7 anos, aproximadamente 1,5 milhão de trabalhadores, ou seja, aumento de 38,2%. Em relação a 2014, o crescimento foi 5 de 1,1 milhão, ou seja, 25,6%. Esta variação está associada, principalmente, a parte de serviços de alimentação, sobretudo no que se refere ao trabalho ambulante.

Nos Outros serviços estavam inseridos, em 2018, cerca de 4,8 milhões de trabalhadores, equivalente a 25,7% acima do observado em 2012, e 15,2% acima do registrado em 2014. A tendência de alta neste grupamento se justifica, principalmente, por sua forte aderência a postos de trabalho voltados para informalidade.” (PNAD Contínua 2012-2018)

Q 15: Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua 2012-2018

O exército de reserva de desempregados

“Apesar da redução na população desocupada, o contingente de pessoas subutilizadas na força de trabalho no Brasil aumentou 3,4% em relação a 2017, compreendendo 27,4 milhões de pessoas em 2018, e correspondendo a maior taxa de subutilização (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação a força de trabalho ampliada) da série (24,4%). Essa taxa teve a menor estimativa em 2014, quando foi de 15,1%. O crescimento da subutilização foi influenciado pela expansão da população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas, que passou de 6,0 milhões em 2017 para 6,6 milhões em 2018. Frente a 2014, o grupo dos subocupados apresentou expansão de 2,1 milhões de pessoas (45,7%) e dos desocupados cerca de 6,1 milhões de pessoas (90,3%).

O contingente de pessoas desalentadas – pessoas da força de trabalho potencial que não haviam realizado busca efetiva por trabalho por considerar que: não conseguiriam trabalho adequado; não tinham experiência profissional ou qualificação; não conseguiam trabalho por serem considerados muito jovens ou muito idosos ou não havia trabalho na localidade. Todavia, gostariam de ter um trabalho e estavam disponíveis para trabalhar na semana de referência – foi estimado em aproximadamente 4,7 milhões em 2018, maior valor da série. Em relação a 2017, o crescimento foi de 13,4%. A menor estimativa para essa população ocorreu em 2014 (1,5 milhão de pessoas). Dessa forma, em 4 anos, o contingente de desalentados no Brasil aumentou em 3,2 milhões de pessoas.” (PNAD Contínua 2012-2018)

Marx explica, em sua Contribuição à Crítica da Economia Política (1859) que para submeter os trabalhadores a um regime de exploração, é necessário que haja um desemprego estrutural nas economias capitalistas. Para garantir o processo de acumulação capitalista, é necessário que parte da população economicamente ativa esteja permanentemente desempregada: o “exército industrial de reserva”. Um exército de reserva de desempregados utilizado pelos patrões para manter os salários baixos e combater as reivindicações dos trabalhadores. “Não quer trabalhar por um salário miserável, tem quem queira.”

A PNAD 2012-2018 ao mostrar que nos últimos anos cresceu o nº de trabalhadores junto com o nº de desocupados e que a renda total geral foi mantida, ou seja, trabalhadores ganhando menos, uma vez que o poder de compra diminuiu do início da série para cá, mostra que o regime capitalista não pode existir sem o desemprego. Se os trabalhadores fossem insubstituíveis, os capitalistas não teriam como especular os salários, teriam que pagar o salário exigido pelas categorias, o que impediria o processo de acumulação. Para manter o capitalismo é necessário o desemprego e para aumentar a exploração capitalista, os golpistas precisam de mecanismos como a informalidade, a “pjotização”, a terceirização, entre outros. Por isso os trabalhadores precisam lutar pela redução da jornada de trabalho, para que todos os trabalhadores tenham o direito de trabalhar e para denunciar que o capitalismo monopolista (imperialista) não serve sequer para explorar o trabalhador dando-lhe emprego.

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