O dólar não para de subir. Vamos para a 9ª alta e vai a R$ 4,64, um novo recorde (no câmbio R$ 5,05). Quanto ao euro também vai às alturas chegou ao seu nível mais alta: R$ 5,17
A notícia de que o dólar comercial emendou hoje sua nona alta consecutiva, de 0,13%, e encerrou o dia a R$ 4,487 na venda revela o maior valor nominal (sem considerar a inflação) de fechamento já alcançado pela moeda norte-americana.
Contrariando a Lei da gravidade (onde tudo que subiu tem que descer) o dólar pode testar nível acima de R$ 4,64 e ficar ali (ou subir ainda mais), dizem analistas.
De outro lado, o covid-19 enfraquece economia global e isso reduz ainda mais o fluxo de dólares para Brasil. No cenário local, atritos de governo Bolsonaro que, ameaça o Congresso com o AI 5.
O quadro se completa com a desculpa deslavada de Bolsonaro que culpa o surto do novo coronavírus pela alta do dólar. Verdade é que esta é a 9ª alta do dólar e o coronavírus só muito recentemente aportou a Terra Brasilis.
É mesmo folclórico que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tenha culpado o surto do novo coronavírus pela nova escalada do dólar. Disse a peça: “Estamos tendo problema nesse vírus aí, o coronavírus. O mundo todo está sofrendo. As Bolsas estão caindo no mundo todo, com raríssimas exceções…”
Aproveita e avisa sobre maiores desgraças e consequências: “O dólar também está se valorizando no mundo todo, e no Brasil o dólar está R$ 4,40. A gente lamenta, porque isso aí, mais cedo ou mais tarde, vai influenciar naquilo que nós importamos, até no pão, o trigo. Vai influenciar”… “O problema agora do dólar, a culpa é do coronavírus, paciência”, arremata.
Dentre as principais moedas globais, o real teve o terceiro pior desempenho do pregão. No ano, a divisa brasileira tem a pior performance, com queda de 11,5% ante o dólar. Isso nada tem a ver com o surto da doença, que só agora tem alguns casos no Brasil.
Verdade é que nas últimas semanas o dólar vem aumentando exponencialmente em relação ao real, salta de recorde atrás de recorde. A explicação convencional para isso é o coronavírus. Entretanto, uma epidemia não costumava afetar tanto assim a economia de um país antigamente.
Uma fragilidade do regime capitalista já em sua fase de putrefação dá o tom da gravidade num país que se desindustrializa, privatiza setores estratégicos e retira direitos dos trabalhadores.
Assim, após crise e mais crises estruturais, a economia vem desabando, particularmente a partir de 1974, 2008. Segue-se que após o golpe no Brasil uma nova fase é inaugurada sob novas exigências da crise do imperialismo que, precisa impor regimes de força para saquear as riquezas dos países atrasados para salvar os lucros dos grandes capitalistas.
E Bolsonaro está a serviço disso, por isso adota uma política neoliberal de desmonte e devastação econômica. Dessa forma, as medidas bolsonaristas levam ao caos econômico e à precarização da vida da população, ao aumento da carestia. O coronavírus não pode isentar de culpa uma crise construída pelos arquitetos do golpe de Estado. Fora Bolsonaro e todos os golpistas