Segundo um levantamento realizado pelo Metrópole, ao menos nove estados e o Distrito Federal divulgaram o calendário para o retorno presencial às escolas entre o fim de julho e o início de setembro. Isso representaria a volta às aulas presenciais de cerca de 6,4 milhões de estudantes em meio à maior pandemia que o mundo viu no último século.
O retorno presencial será, supostamente, feito de uma forma comedida e segura. Será disponibilizado álcool em gel, máscaras e luvas para os estudantes, professores e alunos. Ademais, será feita com um número menor de alunos, sem contar na aberração do esquema de aulas híbridas.
Segue, abaixo, uma relação com a data de retorno das aulas presenciais de alguns estados e do DF:
- Maranhão – 10 de agosto
- Rondônia – agosto (data a definir)
- Tocantins – setembro (data a definir)
- Rio Grande do Norte – 17 de agosto
- Distrito Federal – 31 de agosto
- Acre – 8 de setembro
- Santa Catarina – 8 de setembro
- São Paulo – 8 de setembro
- Piauí- 22 de setembro.
- Paraná – setembro (data a definir)
A medida imposta por diversos governos estaduais e pelo próprio governo federal representa o verdadeiro genocídio da população e, mais especificamente, da juventude. Afinal de contas, a Fiocruz, instituição de grande renome no combate contra o coronavírus no Brasil, já se colocou completamente contrária ao projeto divulgado nas últimas semanas. O órgão afirma que a volta às aulas ameaça 9,3 milhões de pessoas, entre idosos e adultos maiores de 18 anos que pertencem a grupos de risco da Covid-19, já que estes vivem nas mesmas casas que crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos.
Acima de tudo, devemos entender que a reabertura das escolas e o EAD – artifício para impedir o cancelamento do ano letivo e facilitar a volta às aulas – são peças do quebra-cabeça que a burguesia tem montado durante a pandemia do coronavírus. É a faceta do plano de reabertura generalizada do comércio aplicado à educação brasileira no sentido de que, com os filhos nas ruas, os pais também serão obrigado a volta para seus trabalhos. Sem contar na quantidade de dinheiro movimentada pela juventude durante o ano letivo, algo que faz falta no bolso infinito dos grandes capitalistas.
Nesse sentido, permitir que o projeto da burguesia se concretize é dar carta-branca para a morte generalizada da juventude. Por isso que não podemos ficar parados, não num momento como esse. Agora é hora de nos mobilizarmos para pôr um fim ao governo genocida de Jair Bolsonaro e de seus lacaios golpistas.
Para tal, é preciso pressionar as organizações estudantis, que já estão cumprindo o papel de desmobilização. Assim, os estudantes precisam se organizar em comitês de luta estudantil, visando defender seus próprios interesses.
A reivindicação principal do momento deve ser a suspensão do calendário acadêmico para impedir o assassinato em massa da população brasileira. Acima disso, por ser a mais afetada por qualquer decisão vindoura de cima de burocracia, é ela que deve organizar o calendário e decidir quando as atividades retornarão. Caso contrário, o resultado é claro: a reabertura generalizada das escolas.