Os governos da Espanha, Alemanha, Reino Unido, França, Suécia, Dinamarca, Áustria, Holanda e Portugal reconheceram nesta segunda-feira Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Os anúncios ocorrem após haver se esgotado no domingo o prazo concedido no ultimato dado por alguns países europeus para que o governo venezuelano convocasse eleições presidenciais.
O presidente legítimo Nicolás Maduro rejeitou o ultimato e questionou o direito dos europeus de ditar a política venezuelana. Na quinta-feira o Parlamento Europeu se tornou a primeira instituição dentro da União Europeia a reconhecer o “governo Guaidó”. A representante da UE para relações exteriores, Federica Mogherini, encontrava-se articulando com os ministros da relações exteriores dos países europeus o reconhecimento pelo bloco do chamado governo interino. Contudo durante um encontro realizado no dia 31 de janeiro na Romênia o governo italiano vetou a iniciativa.
Embora desde a sua inauguração o imperialismo ianque não tenha dado um instante de trégua ao governo bolivariano as ameaças recrudesceram após o golpe de Estado no Brasil, particularmente após ascensão do governo fascista de bolsonaro. A presente ofensiva golpista na Venezuela desta vez está contando mais com forças externas porque internamente a oposição encontra-se dividida e desgastada. Além do mais, embora o país esteja atravessando uma real situação econômica difícil os trabalhadores venezuelanos estão conscientes que sairão perdendo tudo o que conquistaram durante os governos chavistas. Daí o comparecimento em massa da população às manifestações de apoio a Maduro no sábado, 2 de fevereiro, data em que se completou 20 anos desde a posse do primeiro governo de Hugo Chávez.
O governo estadunidense continua sua movimentações para estrangular a economia venezuelana, isolar diplomaticamente o país e desestabilizá-lo politicamente. Nesse sentido tem sido as medidas para congelar (na verdade confiscar) bens venezuelanos no exterior, as pressões para o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente. No área de desestabilização interna é notável a nomeação de Elliot Abrams como enviado (!!) especial para a Venezuela. Ele tem uma longa lista de serviços prestados no fomento de golpes e guerras e na montagem de esquadrões da morte. Os Estados Unidos estão jogando uma cartada desesperada para se apoderar das riquezas da Venezuela e já não se preocupa em esconder isso. Em entrevista recente no canal de televisão Fox Business, John Bolton, assessor de segurança nacional do governo Trump admitiu que os Estados Unidos tem muito em jogo na Venezuela tendo em vista que ela possui as maiores reservas confirmadas de petróleo do mundo: Economicamente fará grande diferença para os Estados Unidos se tivermos companhias petrolíferas estadunidense investindo em e produzindo os recursos petrolíferos da Venezuela. A intervenção ianque na Venezuela visa tão somente a pilhar os recursos do país e submeter seu povo à servidão por isso seu governo deve ser defendido. Fora imperialismo da Venezuela!