Da redação – Nesse dia 10 os franceses voltaram às ruas contra a reforma da previdência e o governo Macron. Uma paralisação nacional foi chamada pelas centrais sindicais em todo o país, realizando o segundo dia de paralisação nacional desde que as mobilizações começaram há 6 dias. Os transportes continuaram em greve, totalizando 6 dias de paralisação geral da categoria.
Em Paris, apenas 25% do transporte público funcionou. Mais de 250 mobilizações foram marcadas em todo o país, que contou também com a colaboração de petroleiros e professores. Segundo a imprensa francesa, 885 mil pessoas saíram às ruas ontem.
Os protestos atuais foram precedidos por mais de um ano de mobilizações contra o governo de Emanuel Macron, os famosos coletes amarelos, que descontentes com o governo neoliberal de Macron pediam o seu fim. Agora, os coletes amarelos, que parte da esquerda teimou em dizer que eram de extrema direita, se encontram dentro das manifestações.
A mobilização acontece encabeçada pelos sindicatos e tem um claro viés esquerdista. Ao procurar imagens da população nas ruas é fácil de se encontrar bandeiras de grupos políticos de esquerda e de figuras como Marx, Che Guevara e Lenin.
Hoje (11), o primeiro-ministro Édouard Philippe anunciou o conteúdo detalhado do projeto da reforma. Ao que tudo indica, sem grande retorno, por enquanto, por parte do governo, o que pode fazer com que as mobilizações, que já são as maiores desde 1995, não terminem tão cedo. Respondendo ao anúncio da reforma, com poucas alterações, os sindicatos já marcaram uma nova jornada de mobilizações para a próxima terça-feira (17), demonstrando justamente essa tendência ao confronto com o governo.
As mobilizações e greves da França vêm em um momento em que essas mobilizações acontecem em vários países do mundo e se somam às mobilizações que ocorreram, e ainda acontecem em alguns lugares, como no Chile, Equador, Bolívia, Colômbia, Catalunha, Haiti e outros, o que demonstra a crise do sistema capitalista global.