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Eduardo Vasco

Militante do PCO e jornalista. Materiais publicados em dezenas de sites, jornais, rádios e TVs do Brasil e do exterior. Editor e colunista do Diário Causa Operária.

Investida imperialista

Nova etapa do golpe em Belarus: a asfixia econômica

Sanções internacionais e sabotagem interna são meios já utilizados pelo imperialismo e seus capachos para desestabilizar governos em diversas oportunidades; o novo alvo é Belarus

Os coxinhatos branco-vermelhos não foram suficientes para derrubar Lukashenko. Contra as manifestações da classe média de direita, milhares de pessoas saíram às ruas de diversas cidades de Belarus em apoio ao governo e em repúdio ao golpe.

A oposição também não foi bem sucedida nos seus chamados à greve. Os trabalhadores, em sua maioria, estão com Lukashenko. A Federação dos Sindicatos de Belarus é um dos pilares do governo e o líder reeleito tem mantido encontros frequentes com os operários em fábricas pelo país.

Diante da frustração, o imperialismo e seus fantoches da oposição e dos países satélites europeus iniciaram uma nova etapa na tentativa golpista: a asfixia econômica.

No último dia 19, o Conselho Europeu (órgão executivo da União Europeia) anunciou que vai aplicar novas sanções a Belarus, o que já havia sido aprovado pela UE no dia 14.

Leia também: Tentativa de golpe imperialista na “última república soviética”

É importante lembrar que o país sofre sanções internacionais há muitos anos, tanto dos países europeus como dos Estados Unidos, sob a famigerada desculpa da “violação de direitos humanos”. Desta vez, a desculpa é a mesma: a “ditadura” cujas eleições não foram reconhecidas pelo imperialismo reprime o seu povo.

Lukashenko é frequentemente comparado a Adolf Hitler, sendo tachado de o “último ditador da Europa”. Mas os adoradores de Hitler são justamente os opositores de Lukashenko, que usam a bandeira adotada pelos apoiadores dos nazistas quando a Bielorrússia Soviética foi ocupada pela Alemanha na Segunda Guerra.

Durante a ocupação nazista da Bielorrússia Soviética na II Guerra Mundial, os alemães utilizaram como bandeira oficial do país ocupado a bandeira dos reacionários que, desde a época da Revolução Russa, defendiam a monarquia, e passaram a colaborar com os nazistas. A foto, em preto e branco, foi editada para destacar as cores da bandeira dos fascistas bielorrussos (entre as duas bandeiras, há o brasão, com um cavaleiro montado).

 

A vencedora do Prêmio Nobel de Literatura, Svetlana Alexievitch, que preside o “conselho de coordenação para a transição de regime”, órgão golpista formado pela oposição no exterior, negocia a asfixia econômica do país com a União Europeia, demonstrando como são vendilhões da própria nação aqueles que sempre se dizem “patriotas”.

Existe também uma campanha pela queda na cotação do rublo belarusso, a moeda local. A propaganda na imprensa golpista é forte, escondendo que todas as moedas das economias atrasadas (e mesmo de economias avançadas) estão em franca queda com a crise econômica mundial do capitalismo.

Além disso, a oposição tem feito apelos à população para boicotar os produtos nacionais e não pagar taxas, como relata nosso correspondente em Minsk, Tiago Carneiro. O objetivo disso seria obrigar o governo a recorrer à ajuda do FMI, o que seria submeter o país ao domínio imperialista.

Inicia-se, também, um processo de fuga de capitais. Algo que os brasileiros viram durante o processo golpista contra Dilma Rousseff entre a sua eleição (2014) e o impeachment (2016).

Leia também: Lukashenko precisa desarmar a quinta-coluna golpista

Talvez prevendo esse ataque econômico, Lukashenko se protegeu ao ordenar o retorno de todas as reservas em ouro para o país, três meses atrás. Uma atitude inteligente, pois basta ver a situação da Venezuela (com mais de 1 bilhão de dólares em ouro confiscados pelo Banco da Inglaterra) para entender que não se pode confiar seu ouro nos bancos imperialistas.

Lukashenko denunciou na semana passada, discursando a trabalhadores de uma fábrica em Orsha, que o imperialismo trama um golpe de Estado. “Eles [os imperialistas] precisam remover este governo e instalar outro que apele para um estado estrangeiro enviar tropas e apoio. Eles precisam aqui de um mercado para vender seus produtos”, disse.

Tanto de fora, como de dentro do país, o imperialismo e seus quinta-coluna buscam asfixiar a economia de Belarus. Trata-se de um dos métodos mais tradicionais para se derrubar um governo. Isso foi visto no Chile de Allende, no Brasil de Dilma, na Venezuela de Maduro. Tenta-se fazer isso contra Cuba e Coreia do Norte há décadas.

No mesmo discurso, Lukashenko falou da sabotagem interna dos capitalistas contra o governo. “A maioria das empresas privadas começou a entrar em conflito com o estado”, declarou. É a velha tentativa de destruir a economia de um país a fim de colocar a culpa no governo, levar à insatisfação popular (principalmente da classe média) e utilizar isso como desculpa para impor mais sanções e, mesmo, invadir o país.

A esquerda internacional precisa denunciar o início de um bloqueio econômico contra Belarus, que prejudicará apenas o povo do país. Por sua vez, o governo precisa impor uma mão de ferro contra os sabotadores domésticos e confiscar as empresas que estejam atuando contra a economia nacional.

Milhares se manifestam em apoio a Lukashenko contra o golpe em Belarus

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