Antes mesmo de terminar o campeonato brasileiro da Série A, a direção do Botafogo, que vê o clube se afundar em uma grande crise, começa a se mexer nos bastidores com o intuito de promover uma verdadeira privatização no clube.
A diretoria eleita, começou a montar a nova “gestão” botafoguense, definindo nomes para liderar os esportes gerais, remo e social, enquanto Durcesio Mello, atual presidente, comandará a parte do futebol. De acordo com os dirigentes botafoguenses, a ideia é dar “menos espaço a cargos políticos” e colocar no comando uma empresa, que ainda busca um diretor-geral (CEO) para administrar General Severiano.
Desde o ano anterior, discute-se no Botafogo a ideia de torna-lo de vez um clube empresa. Os capitalistas, se aproveitando do momento de crise do clube e com o rebaixamento à vista para Série B do campeonato brasileiro, querem entregar para uma empresa um dos mais tradicionais clubes do futebol brasileiro.
Essa experiência, já mostrou no próprio futebol brasileiro seus resultados completamente danosos ao clube e ao torcedor. Um exemplo atual desta política, é o agora chamado “Redbull Bragantino”, que leva o emblema e o nome da empresa imperialista que o comanda, enquanto pisa na história do clube paulista. Em questão de resultados, fator que concentra-se o principal ponto da propaganda, o mesmo passou longe de demonstrar os resultados esperados, encontrando-se hoje a 3 pontos da zona do rebaixamento.
Mais demonstrativo que isso, pode ser visto no exemplo dado pelo Figueirense, vendido em 2018 para a empresa Elephant, da qual destruiu o clube, saqueou milhões de seu cofre, e foi apenas derrotada pela mobilização massiva dos torcedores e uma greve histórica dos jogadores, que chegaram na época, até mesmo a se recusar entrar em campo.
Os capitalistas que estão na frente deste negócio empresarial no Botafogo, estão longe de se importar o futebol que será apresentado no próximo ano, com os títulos que clube dará a torcida ou com a história centenária do clube que mais gerou jogadores para a seleção brasileira em copas do mundo. O que interessa para estes sanguessugas, é se apossar de um clube histórico e lucrar o quanto for possível com ele, antes de abandona-lo totalmente destruído.
A propaganda que existe na imprensa do “clube-empresa” é uma afronta ao futebol, e uma maneira de destruí-lo por completo, distanciando ele cada vez mais de seus torcedores. Os clubes de futebol devem ser controlados por seus torcedores, aqueles que de fato se importam com a instituição.