Nota oficial do PCO – Aprovada nesta semana, em primeiro turno na Câmara dos Deputados, a “reforma” da Previdência é um dos maiores roubos contra a classe trabalhadora brasileira. Se confirmada em segundo turno na Câmara e no Senado, as consequências serão devastadoras. Sem dúvidas, a aprovação do texto representa uma grande derrota dos trabalhadores.
No entanto, é necessário pontuar algumas questões para o avanço da luta. Em primeiro lugar, essa derrota não é uma derrota isolada, mas faz parte de um processos de derrotas que o povo brasileiro atravessa desde o golpe de Estado. Primeiro o golpe de Estado, em seguida, a prisão do ex-presidente Lula, a eleição fraudulenta e agora essa “reforma”.
Em segundo lugar, essa derrota seguiu o mesmo processo de derrotas anteriores, de maneira bastante parecida. Inicialmente a direita apresentou o projeto e estabeleceu-se uma luta política; uma parte da esquerda se mobilizou nas ruas contrária essa política, como nosso Partido. Por outro lado, outra parcela da esquerda apostou na “pressão” nos corredores do Congresso Nacional, procurando inclusive deputados golpistas em busca de angariar votos contrários ao projeto, fomentando a ideia de que seria possível obter algo benéfico negociando juntamente com os inimigos do povo.
Contudo, mesmo com o fracasso dessa empreitada na aprovação da “reforma”, ainda afirmaram que “agora a luta é no Senado”, insultando a inteligência do povo brasileiro, impulsionando a ilusão de que será possível barrar esse enorme ataque sem mobilização nas ruas, nas universidades, nos locais de trabalho.
Por outro lado, além do aspecto econômico da “reforma”, em que jogará milhões de brasileiros na miséria e criará um punhado de milionários, que beneficiará extraordinariamente os banqueiros e especuladores internacionais, esse projeto também terá um resultado político claro. Os policiais foram poupados dos impactos da “reforma”, protegidos pessoalmente por Bolsonaro, que articulou mudanças no projeto. Claramente, o que se vê é Bolsonaro defender as condições de vida de sua base social, a extrema-direita. Essa política não é apenas orçamentária, mas terá grande abalo político. Com isso, o presidente ilegítimo e golpista está fortalecendo a organização da extrema-direita ao mesmo tempo em que enfraquece extraordinariamente toda a esquerda nacional.
Nesse sentido, os dirigentes da esquerda não percebem, mas essa política de apenas pressionar nos bastidores, de lobby no Congresso, enquanto desmobilizam ações nas ruas, não apenas leva a derrota, mas leva também ao fortalecimento da ditadura da extrema-direita. Embora seja latente o clima de radicalização em todos os movimentos e atos contra as medidas do governo de Bolsonaro.
O resultado foi que não houve uma grande luta, por que a luta não se dá no Congresso. Não houve um esforço real de mobilização para derrotar a “reforma” da Previdência. Essa política fracassou de maneira acachapante.
Isto é, o movimento operário, os trabalhadores, a juventude, todos os setores explorados da população precisam de outra política radicalmente a essa apresentada. As mobilizações de 15, 30 de maio e 14 de junho apontaram o caminho, de que é preciso sair às ruas, não ter nenhuma ilusão na disputa parlamentar, de que a destruição da Previdência poderá ser resolvida pelas instituições. Somente a derrubada do governo Bolsonaro será capaz barrar todos os ataques do golpe. O Partido da Causa Operária convoca todos seus militantes, simpatizantes, filiados e demais ativistas brasileiros a lutarem pelo “fora Bolsonaro”, pela liberdade de Lula e por Lula candidato como única saída possível, nesse sentido, realizar uma grande manifestação em Curitiba, na porta da Polícia Federal, no próximo dia 16 de agosto, pela liberdade de Lula.