A crise na Catalunha é uma ferida exposta no regime político imperialista europeu.
Em 2017, o governo catalão realizou um referendo pela independência catalã, em que a posição favorável obteve uma vitória esmagadora. Na ocasião, o governo espanhol proibiu a votação e reprimiu as manifestações brutalmente.
A crise foi reaberta este ano com a prisão dos líderes independentistas catalães. Manifestações gigantescas em favor da independência catalã e da liberdade dos presos políticos tomaram conta das ruas, principalmente na capital, Barcelona. Uma greve geral foi convocada e obteve enorme adesão.
A reabertura da crise tem importância de escala internacional, por se tratar de uma crise de um estado
imperialista de primeiro plano, como é o espanhol.
A Espanha é um dos países europeus que está sofrendo o impacto da crise capitalista mundial, desde
2008.
A Espanha tem uma particularidade que é sua estrutura política extremamente frágil, com uma unificação política historicamente muito imperfeita em comparação com outros países imperialistas, tais
como a França, Inglaterra e os próprios Estados Unidos. Isso devido à história do País e à própria fragilidade do imperialismo espanhol.
O receio não apenas do governo espanhol, mas também da burguesia mundial é de que a crise catalã
possa levar ao desmembramento de um Estado tão importante como é a Espanha. Se isso ocorresse, o
enfraquecimento do imperialismo europeu seria catastrófico. Daí a importância da luta dos catalães por
sua independência política.
É importante destacar que, diferentemente das ilusões de setores da classe média brasileira de que os
países europeus seriam extremamente democráticos, na Espanha não há dúvida de que o governo é uma
ditadura, que mantém o país unificado com mão de ferro.
O crescimento da extrema direita espanhola também é um fator que estimula a reação dos setores
independentistas, pois ela é ferozmente unitarista e contra a independência, chegando mesmo a defender o fim de toda a autonomia das diversas regiões do país. Autonomia essa que foi uma forma que o regime político encontrou, após a queda do franquismo, para manter o país unificado, com uma certa flexibilidade para essas comunidades.
O PCO defende a liberdade dos presos políticos catalães e apoia incondicionalmente a luta do povo
catalão por sua independência política.