Da redação – O governador petista da Bahia, Rui Costa, ex- sindicalista aliado com setores egressos do carlismos, tem implementado uma política de ataques contra os servidores públicos e contra as universidades públicas estaduais baianas. Demostrando o caráter do governo, Rui Costa trata a greve das universidades baianas como se fosse um representante da direita, e em decisão autoritária cortou salários dos trabalhadores em greve, uma prática antissindical.
Reproduzimos abaixo a Nota Pública do Fórum das ADs (representações sindicais dos docentes das universidades estaduais) sobre o corte de verbas.
O Fórum das ADs vem tornar público a sua indignação quanto ao anúncio de corte nos salários realizado pelo Governo do Estado. A greve dos docentes, deflagrada nas quatro universidades estaduais da Bahia, é legal e constitui um direito fundamental da classe trabalhadora. Qualquer forma de expressão para coagir o movimento, seja ela pelo uso da força ou o corte de salários, não cabe em uma sociedade democrática.
Entre as razões para a greve está o fato de que, desde 2015, as Associações Docentes (ADs) têm tentado, junto ao Governo do Estado, discutir a sua pauta de reivindicações, protocolada continuamente junto às secretarias de Educação, Saeb, Serin e mesmo à Governadoria. Neste período, foram realizadas diversas tentativas de diálogo. Como retorno, tivemos declarações sempre desrespeitosas e negativas temporárias quanto ao pleito da categoria, feitas pelo próprio governador ou pelos seus assessores mais imediatos.
Em março deste ano anunciamos ao governo que o ano (2019) seria de lutas e que havia a possibilidade de aprovarmos a greve. Somente um dia antes das assembleias que decidiriam sobre a greve, o governo reuniu-se com a categoria, e apenas reafirmou o que havia acertado com os reitores, no dia anterior. Como nada, ou quase nada, da pauta era atendido, a categoria deflagrou a greve.
A decisão pela greve, feita pela categoria, cumpriu todos os trâmites legais e os docentes mostraram-se sempre abertos ao diálogo. O governo mostrou-se pouco disposto a debater a pauta e, mesmo quando foi instado a sentar com a categoria em greve, chegou ao ponto de solicitar que a greve fosse suspensa como condição para a realização de negociação.
Desta forma, denunciamos o anúncio do corte de salários dos professores, feito pelo governo Rui Costa como uma tentativa autoritária de resolver um conflito legítimo de uma categoria, que acumula perdas salariais que excedem o índice de 25% e se encontra sem reajuste há quatro anos.
Os professores, no último dia 24 de Abril de 2019, responderam nas suas assembleias a esta tentativa de intimidação, pois, mesmo sabendo desta possibilidade de corte de salário, foi decidido por ampla maioria a manutenção da greve na Uneb, Uefs e Uesb. Na Uesc, a greve continua, e a assembleia acontecerá na próxima terça-feira (30).
O movimento tem se fortalecido e, no dia de ontem, realizou no centro de Salvador um grande ato de protesto em defesa das universidades aproveitando, também, para informar à população sobre a situação das mesmas. O Fórum das Associações Docentes reafirma a sua disposição para o diálogo e espera a marcação de uma nova reunião para que as negociações sejam retomadas.
26 de Abril de 2019.
Fórum das Associações Docentes das Universidades Estaduais da Bahia
ADUFS – ADUSB – ADUNEB – ADUSC
